Teve início neste sábado (2) o recolhimento da mercadoria apreendida na Operação Dissimulare, realizada na sexta-feira, que desarticulou um esquema de sonegação fiscal contra o Estado. Pelo levantamento da Polícia, serão necessários três dias para fazer a retirada.
O trabalho está sendo realizado por cinco funcionários da Secretaria da Fazenda (Sefaz) no galpão localizado na rua Liberato Barroso com Avenida do Imperador. Dois caminhões de 9 metros de comprimento com capacidade de 18 toneladas dão suporte a mudança. O trabalho tem o apoio também de agentes da Polícia Militar.
O volume total de tecidos apreendidos na sede da empresa JD Comércio de Tecidos ainda não foi levantado pelos fiscais d Sefaz e nem pela Polícia Civil. Deverão ser feitas 15 viagens de carreta para transportar o estoque até os galpões da Secretaria.Os tecidos estão avaliados em mais de R$ 100 milhões.
A Operação Dissimulare prendeu 14 pessoas envolvidas com a organização que, em apenas um ano, movimentou cerca de R$ 1 bilhão e deixou de pagar R$ 300 milhões em tributos. A suspeita é de que alguns deles atuavam, pelo menos, desde 2004, o que pode tornar ainda maiores os valores fraudados.
Além disso, foram cumpridos 37 mandados de busca e apreensão, que recolheram grande quantidade de tecidos e dinheiro em espécie. O galpão é de propriedade de José Orlando Rodrigues de Sena, 49, um dos principais empresários do segmento têxtil do Estado.
Outro envolvido que também está preso é Marcus Venícius Rocha Silva, presidente do SindConfecções Ceará e diretor administrativo adjunto da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec). Três agentes da Sefaz, que facilitavam o esquema, estão entre os presos. A Polícia diz ainda não ter indicativos de participação de nomes do Judiciário no esquema, mas essa possibilidade está senso investigada.