O Governo cortou mais de 98% dos recursos destinados ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), que financia as obras da faixa 1 do antigo Minha Casa Minha Vida, hoje chamado de Casa Verde e Amarela. Com isso, foram retirados R$ 1,5 bilhão em despesas que estavam reservadas a faixa 1 do programa habitacional, cujo foco são as famílias de baixa renda. No Ceará, o corte vai paralisar mais de 13 mil imóveis, de acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/CE).
De acordo com o presidente do Sinduscon, Patriolino Dias, a situação “torna impossível a continuidade do que já está contratado, afetando diretamente os postos de trabalho das obras”. Patriolino afirma que somente no Ceará, cerca de 34 empreendimentos terão as obras paralisadas já a partir do mês de maio deste ano. São, ao todo, 13.302 unidades afetadas. O veto praticamente zera o que estava reservado, restando a sobra de apenas R$1 milhão para tocar o programa no Ceará.
Em nota, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, disse ver com “muita preocupação e perplexidade” o corte nas verbas do Orçamento para o Casa Verde e Amarela. Segundo ele, essa redução deve paralisar as obras de 250 mil casas que já estão em construção, além de afetar cerca de 250 mil empregos diretos e 500 mil indiretos e induzidos.
“No momento que o Brasil atravessa, com tantos desafios impostos em decorrência da pandemia, esse corte não estava previsto em lugar algum. Agora, confiamos na sensibilidade do Congresso Nacional para que possa reverter essa situação urgentemente. E que, assim, não se inicie uma imensa onda de demissões no setor, já extremamente afetado pelos aumentos nos preços dos insumos”, completou.