Após a decisão do Governo Federal em cortar mais R$ 328 milhões do orçamento de 2022 e comprometer o funcionamento das universidades até o final deste ano, o ministro da Educação, Victor Godoy, disse nesta sexta-feira (7) que o orçamento das universidades e institutos federais será liberado. Nesta semana, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) denunciou um bloqueio das verbas já previstas para o ano e alertou que o funcionamento das universidades seria inviabilizado se o contingenciamento fosse mantido.
“O limite de empenho será liberado para as universidades federais, os institutos federais e para a Capes. Nós temos uma gama muito grande de instituições. Então, eu conversei com o ministro [Paulo] Guedes, ele foi sensível, e nós vamos facilitar a vida de todo mundo”, disse Victor Godoy.
Em um vídeo divulgado esta tarde, pelas redes sociais, Godoy afirma ter conversado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que aceitou desbloquear os recursos financeiros dessas instituições. O corte chamou atenção de reitores das universidades federais espalhadas pelo Brasil porque a verba contingenciada pelo Ministério da Educação afetaria as chamadas “despesas obrigatórias” e cotidianas como limpeza, restaurante, luz, água e bolsas estudantis.
As Universidades federais no Ceará informaram, nesta sexta-feira (7), que as instituições podem ter o funcionamento comprometido por conta do bloqueio orçamentário feito pelo Governo Federal. A Administração Superior da Universidade Federal do Cariri (UFCA) afirmou, por meio de nota, que a “situação é gravíssima”. O bloqueio da unidade de ensino foi de R$ 915.883,16.
“Esse bloqueio afetará despesas discricionárias planejadas ou comprometidas, com consequências que poderão inviabilizar o funcionamento da Universidade”, afirmou a instituição em nota.
A Universidade Federal do Ceará (UFC) afirmou que na próxima semana o reitor estará em Brasília para reunião no Ministério da Educação (MEC) com outros reitores, “uma vez que as reduções de verbas que ocorrem desde 2016 comprometem muito, tanto o funcionamento quanto o planejamento institucional”. A instituição reforçou que a medida, por enquanto, não implica a interrupção de serviços na UFC.
Histórico
Mas esta já é a segunda vez no ano que o governo compromete o orçamento do ensino superior. Em maio, foi anunciado um corte de 14,5% da verba das universidades e institutos federais, que correspondia a R$ 3,2 bilhões. Após a repercussão da decisão, o MEC informou que o governo voltou atrás e reduziu o corte em 50% do total anunciado, firmado em R$ 1,6 bilhões.