O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse hoje (27) que o senador Romero Jucá (MDB-RR) tomou uma atitude “ética” ao deixar a liderança do governo no Senado, após desentendimentos sobre a forma de lidar com os imigrantes venezuelanos que chegam por Roraima. Segundo ele, o parlamentar continuará tendo protagonismo em assuntos como a construção do chamado Linhão de Tucuruí, mas deixou o cargo de líder por “questões locais”.
“O governo tem muito a agradecer ao seu dinamismo e competência durante o tempo que ele exerceu essa função e desejamos êxito ao senador, principalmente nesta empreitada eleitoral, a qual ele se dedica a partir de agora com mais afinco. Ele está tomando uma atitude ética. A partir do momento que discorda da nossa atitude em relação à questão, ele decide se afastar e tem o direito de tomar as atitudes que entender as mais devidas para a questão”, avaliou.
O ministro repetiu que o governo federal discorda da sugestão apontada por Jucá de fechar, temporariamente, a fronteira da Venezuela com Roraima. Mais uma vez, ele disse que o Brasil tem compromissos internacionais e uma tradição de acolhimento. Segundo Marun, o ex-líder do governo Romero Jucá não tomou a atitude com objetivos eleitoreiros.
Negando que o episódio possa deflagrar uma crise no MDB, partido do presidente Michel Temer e do qual Jucá é presidente nacional, Marun disse que a entrega do cargo foi um “ato de uma pessoa digna”. O nome do novo líder da bancada governista no Senado deve ser divulgado até amanhã (28).
Líder interino
O ministro disse que Temer deve iniciar ainda hoje as conversas com alguns parlamentares para substituir Jucá, mas não há uma lista de possíveis convidados. Como vice-líder do governo, quem assume interinamente o cargo é o senador Fernando Bezerra (MDB-PE).
“Um senador com o gabarito e a capacidade do Jucá sempre faz falta. Mas ninguém é insubstituível. Ele foi protagonista e continua sendo protagonista nessa questão do linhão, cuja solução ficou praticamente já alinhavada. Vamos nos próximos dias, certamente nesse governo, iniciarmos a obra. Não é pelo fato de Jucá deixar de ser líder do governo que o linhão deixa de ser prioridade nossa”, garantiu.