Apesar de parlamentares aliados já admitirem que a reforma da Previdência só deverá ser votada pelo Congresso Nacional no segundo semestre, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse estar confiante na aprovação do projeto ainda no primeiro semestre.
“Estamos confiantes de que, com essa semana a mais, teremos mais tempo de mostrar aos parlamentares a importância da reforma”, afirmou. Dyogo disse também que o Planejamento ainda não tem uma previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, mas que as previsões de crescimento entre 0,7% e 0,8% feitas pelo mercado “são boas projeções”.
Na próxima terça-feira, os 37 integrantes da comissão especial da reforma da Previdência na Câmara votarão os 11 destaques que podem modificar o texto principal do projeto apresentado pelo relator Arthur Oliveira Maia (PPS-BA).
Lideranças da base aliada e interlocutores do governo admitiram que a votação pode ser adiada por conta do conturbado cenário político em Brasília.
Outro fator que também pode atrasar os trabalhos é a estratégia de condicionar a votação da reforma previdenciária na Câmara à apreciação da reforma trabalhista pelo Senado.
Na comissão da Câmara, o parecer de Oliveira Maia foi aprovado por 23 votos a 14. Os agentes penitenciários, que pleiteiam aposentadoria aos 55 anos, como os policiais, chegaram a ser incluídos no texto, mas foram retirados momentos depois.
O governo também pressiona parlamentares e ministros pela votação favorável da reforma da Previdência. O Planalto começou a exonerar de cargos federais nos Estados afilhados políticos de deputados considerados “infiéis”. De acordo com interlocutores do governo no Congresso, as demissões atingiram mais de 30 parlamentares de diversos partidos da base,
Mais pressão. Não bastassem os problemas com a base e com a oposição no Congresso, o governo Temer também é pressionado pelos sindicatos. As nove centrais sindicais que organizaram a greve geral do dia 28 já anunciaram que vão preparar uma grande marcha de trabalhadores a Brasília, entre os dias 15 e 19, para realizar protestos e tentar impedir a votação das reformas trabalhista e da Previdência.
Na semana que vem, de terça a sexta-feira, lideranças sindicais de todo o País vão para Brasília para visitar deputados e senadores e tentar convencê-los a votar contra as duas reformas.
“Estamos confiantes que com essa semana a mais teremos mais tempo de mostrar aos parlamentares a importância da reforma.”
Com informações O Estado de São Paulo