Por mais que a aposentada Irismar Menezes limpe, a casa está sempre suja. A fuligem escura cobre os móveis, os eletrodomésticos e até a cama. A sujeira incomoda, mas é a saúde que preocupa. A poeira preta vem das esteiras que transportam minério de ferro e carvão mineral do Porto do Pecém para a Siderúrgica e para a usina termoelétrica.

Por onde o equipamento passa, o rastro de poluição fica. Cansados de conviver com o problema, muitos moradores dessa comunidade se mudaram devido sequelas. Alguns tiveram fortes alergias devido a poluição do ar.

Segundo moradores da região, em fevereiro deste ano, a Assembleia Legislativa aprovou e o governador Camilo Santana sancionou um projeto de lei que autoriza a Secretaria da Infraestrutura do Estado a indenizar todas as famílias que vivem próximo à esteira. Passaram cinco meses e nada mudou. “Ninguém foi indenizado e dezenas de

pessoas continuam convivendo com a fuligem gerada pelo carvão mineral”, afirmaram.