O ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) disse nesta quarta-feira (8) que “ruído” entre a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e o Governo do Ceará influenciou na exclusão de Maracanaú da lista de cidades beneficiadas por projeto-piloto de segurança pública do governo federal.
Houve alguma espécie de ruído entre a Secretaria Nacional de Segurança Pública e governo do estado do Ceará, ruído que, ao meu ver, é uma coisa pequena, mas aí acabou se optando por outra cidade, no estado de Pernambuco, disse Moro, respondendo questionamento do deputado Capitão Wagner (Pros-CE).
Inicialmente, o município da Região Metropolitana de Fortaleza estava entre as cinco cidades prioritárias para o programa, mas acabou sendo substituída por Paulista, em Pernambuco. Na época, a troca foi atribuída a rusgas entre o estado e a Senasp, comandada por Guilherme Theophilo, que disputou eleição contra Camilo Santana (PT) em 2018.
Em audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara, o ministro destacou ainda que a escolha dos municípios seguiu critérios técnicos.
Incidência de crimes, capacidade e avaliação estratégica de nossa atuação naquele município, proximidade ou não de órgãos nossos como a PRF, a PF, e até a questão fiscal, porque vai ter que ter participação do estado e do município.
A exclusão de Maracanaú provocou revolta entre lideranças políticas da região. De um lado, segmento ligado ao ex-prefeito e deputado federal Roberto Pessoa (PSDB) responsabilizam a gestão Camilo Santana pelo ruído. Do outro, grupo do deputado estadual Julio César Filho (PPS) joga a culpa para a pasta de Theophilo. O debate acabou virando briga na Assembleia Legislativa.