O juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, vai interrogar nesta segunda-feira, 10, às 14h, o empreiteiro Marcelo Odebrecht na ação penal em que ele é réu ao lado do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, também preso. A acusação aponta lavagem de US$ 10.219.691,08.

Palocci é réu por corrupção e lavagem de dinheiro. Também são acusados Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci, Marcelo Odebrecht e outros 12 investigados por corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro relacionados à obtenção, pela Odebrecht, de contratos de afretamento de sondas com a Petrobrás.

Odebrecht já está condenado, em uma outra ação, a 19 anos e quatro meses de prisão.

Para se livrar da cadeia, o empreiteiro fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. Outros 77 executivos do grupo também decidiram colaborar para evitar a prisão.

Palocci foi preso na Operação Omertà, 35ª fase da Lava Jato, em 26 de setembro. Para a força-tarefa da Lava Jato, o codinome ‘Italiano’ em planilhas de propina da Odebrecht é referência a Antonio Palocci.

A Omertà identificou que, entre 2006 e 2015, o ex-ministro ‘estabeleceu com altos executivos da Odebrecht um amplo e permanente esquema de corrupção destinado a assegurar o atendimento aos interesses do grupo empresarial na alta cúpula do governo federal’. Neste esquema, segundo a denúncia, ‘a interferência de Palocci se dava mediante o pagamento de propina, destinada majoritariamente ao Partido dos Trabalhadores (PT)’.

A Procuradoria sustenta que Palocci atuou ’em favor dos interesses do Grupo Odebrecht no exercício dos cargos de deputado federal, ministro da Casa Civil e membro do Conselho de Administração da Petrobrás’.

A acusação do Ministério Público Federal aponta que o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, ‘que prestavam serviços de publicidade eleitoral em diversas campanhas do Partido dos
Trabalhadores, teriam recebido, conscientemente e sob a supervisão de Antônio Palocci Filho, parte dos pagamentos das propinas a título de remuneração dos aludidos serviços’.

Ainda segundo a denúncia, também houve pagamento de propinas pela Odebrecht em contratos celebrados com a empresa SeteBrasil para fornecimento de sondas para utilização pela Petrobrás na exploração do petróleo na camada de pré-sal. Um dos delatores da Lava Jato, o ex-gerente executivo da estatal Pedro Barusco afirmou que a Petrobrás lançou licitação, ’em cujo formato teria Antônio Palocci Filho influenciado, para o afretamento de vinte e uma sondas para exploração do pré-sal no Brasil’.

Com informações O Estado de São Paulo