O pioneiro de Brasília Affonso Heliodoro dos Santos, também conhecido como “Coronel Affonso”, faleceu neste sábado (20), em Belo Horizonte, aos 102 anos de idade. Ele estava hospitalizado desde a última quinta-feira (18) na capital mineira e, em decorrência de problemas no coração, faleceu nesta manhã de sábado, por volta das 11h. Amigo de Juscelino Kubitschek desde jovens, Coronel Affonso era o último integrante vivo da equipe do ex-presidente da República. Ele foi subchefe do Gabinete Civil da Presidência durante o governo JK.
Mineiro, Affonso Heliodoro dos Santos nasceu em Diamantina, mesma cidade de Juscelino, e se formou bacharel em direito pela antiga Faculdade Nacional do Rio de Janeiro, na capital fluminense. Em 1933, aos 17 anos, ingressou na Força Pública, como era chamada a Polícia Militar à época. Ele foi aluno da mãe de JK, Júlia Kubitschek.
Em 1956, coronel reservista da Polícia Militar de Minas Gerais, ele estava ao lado do então presidente quando foi assinado o documento que pedia ao Congresso Nacional a criação da nova capital no coração do Centro-Oeste, em 1956. Neste mesmo ano, ele visitou pela primeira vez a região em que Brasília seria construída.
Após o fim de seu governo, JK permanece como senador até 8 de junho de 1964, quando tem seus direitos políticos cassados na Ditadura Militar, pelo presidente Castello Branco. Dias depois, embarca para exílio voluntário pela Europa e Estados Unidos. “Deixo o Brasil porque essa é a melhor forma de exprimir o meu protesto contra a violência que fui vítima”, disse Juscelino Kubitschek na ocasião. Nos anos de exílio, Affonso Heliodoro esteve com o velho amigo em Paris. De volta ao DF, o Coronel Affonso liderou a criação do Memorial JK, em 1981, e esteve no comando até 1997.
Até 2015, Coronel Affonso era presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal. Ele deixou três filhos, 12 netos e alguns bisnetos. “Convivi muito com ele. Tive dois pais na vida. Meu avô era um quadro pintado pelos deuses para a família”, diz Pedro Ivan Tupy Filho, 48 anos, sobre a vida familiar do avô.
Quanto à atuação pública, Pedro afirmou: “Ele foi de uma grande importência para nosso país, para Brasília e para o momento de desenvolvimento do país. Apesar de não ter vivido naquela época, sei que até hoje as grandes obras construídas por ele e a equipe de Juscelino Kubitschek ainda perduram.”
O velório de Affonso Heliodoro dos Santos ocorrerá neste domingo (21), no Cemitério da Colina, em Belo Horizonte, a partir das 8 horas da manhã. A pedido dele, seu corpo será cremado.
Com informações Correio Brasiliense