As mortes de duas pessoas e de vários macacos contaminados pela febre amarela puseram em alerta as regiões de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, no norte do Estado de São Paulo. Em terminais rodoviários e locais de grande aglomeração, cartazes avisam sobre o risco e recomendam que as pessoas tomem a vacina contra a doença. Os estoques de vacina foram reforçados. Nos postos de Rio Preto e Ribeirão, a vacinação foi antecipada para crianças. Antes, elas eram vacinadas aos 9 meses. Agora, elas recebem a vacina aos seis meses e aos 9 tomam uma dose de reforço.
Em Ribeirão Preto, um homem de 52 anos morreu no dia 26 de dezembro com sintomas e a febre amarela foi confirmada pelo Instituto Adolfo Lutz na semana passada. Em abril de 2016, outro paciente de 38 anos morreu em Bady Bassit, região de Rio Preto, também contaminado pelo vírus. Nos dois casos, as vítimas estiveram em áreas de matas com presença de macacos e pegaram a forma silvestre da doença.
A Secretaria de Saúde de Ribeirão Preto aumentou o estoque de vacinas em 38 postos de vacinação na cidade. “O chamamento à população continua, tendo em vista a importância da imunização, que está abaixo do preconizado pela Organização Mundial da Saúde”, informou. O índice está em torno de 75%, quando o ideal é chegar a 100% do público-alvo. Entre as crianças com até cinco anos, a cobertura chega a 95%. A dona de casa Vitória Dieber levou os filhos de 6 e 3 anos para receber a vacina. “Eu e meu marido já estamos vacinados, mas agora é preciso proteger as crianças”, disse.
Em 11 cidades dessas regiões, desde o ano passado, foram recolhidos 17 primatas mortos e os exames confirmaram a contaminação pela febre amarela na maioria deles. Alguns não foram examinados porque estavam decompostos. Na semana passada, foram confirmados óbitos de macacos em Catiguá, Ribeirão Preto e Novo Horizonte. A Secretaria de Saúde de Catiguá informou que todos os moradores da zona rural foram vacinados. Na área rural, a doença é transmitida pelo mosquito Haemagogus. Nas áreas urbanas, pode ser transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue, zika e chikungunya, mas ainda não houve registro dessa transmissão.
Fonte: Estadão Conteúdo