A Mostra de Artes do Porto Iracema (MOPI) retorna em 2021 com o pitching de roteiros do Laboratório de Cinema. Neste ano, as apresentações acontecem de forma online, no próximo sábado, 29, de 9h às 14h, pelo Youtube da Escola, com acessibilidade em Libras. Com o tema “Seis novas histórias do Cinema Brasileiro”, serão apresentados, do Ceará, “O homem no teto”, de Davi Siqueira e Vinícius Cabral; “O último corte”, de Ana Luiza Rios e Giovanna Campos; “Vou beijar-te agora”, de Émerson Maranhão e Demitri Túlio, e “Yellowcake”, de Celina Ximenes e Larissa Estevam. Já das categorias Nordeste e Nacional, respectivamente, serão apresentados “A Estrada do Tempo”, de Fernando Serravalle; e “O Barco e o rio”, de Bernardo Ale Abinader. A tutoria dos projeto foi dos cineastas Karim Aïnouz, Armando Praça, Nina Kopko e Murilo Hauser, que também participam do evento.

“A MOPI é um dos momentos mais importantes de todo o processo de formação dos Laboratórios de Criação. Um momento de encontro com o público. No ambiente da pandemia, a experiência foi tensionada pelos desafios do isolamento e dos riscos de vida. Os artistas responderam de forma potente, mobilizando novas sensibilidades que podem ser acessadas através da MOPI, que reúne um conjunto de projetos artísticos de extraordinária beleza e provocação”, destaca Bete Jaguaribe, diretora de formação do Instituto Dragão do Mar (IDM) e da Escola Porto Iracema.

A coordenadora do Laboratório de Cinema, Lis Paim, lembra que esta edição do Lab foi a primeira totalmente virtual, o que impôs desafios, mas em função das características do trabalho de escrita dos roteiros, geralmente um ato solitário, teve impacto menor em relação a outras linguagens artísticas. Ela destaca que, neste ano letivo, todos os projetos, em nível maior ou menor, trazem dramas familiares de fundo.

“A gente percebe que a pandemia teve muita influência no estabelecimento desses temas. Há inclusive um projeto que se passa no contexto de pandemia, é um “terror pandêmico”, como a gente está chamando, que é ‘O Homem no Teto’, de Vinícius e Davi”, comenta. “Mas os outros são atravessados por esse momento em que estamos nos voltando muito para dentro de nossas casas, nossas famílias, nossas questões e esses dramas familiares acabam vindo à tona na maioria das propostas de roteiro”, complementa.

Apesar disso, a coordenadora ressalta a diversidade de gêneros cinematográficos em que as histórias são exploradas.

“A gente tem filme de estrada com pai e filho, que estamos chamando de ‘filme de boleia’ porque é todo feito dentro de um caminhão; tem um que poderia ser um ‘boat movie’, que é um filme de barco, um romance dentro do Rio Amazonas; tem um melodrama gay de carnaval, o encontro de um antigo amor; um filme de terror, um thriller e também um drama familiar e investigativo de história de mãe e filha. Então, são lugares muito diferentes que conversam dentro desse grande guarda-chuva do drama familiar”, explica.

Mercado do cinema e premiações

Além de ser o primeiro momento para compartilhar com o público as histórias que os roteiristas passaram meses dedicados a escrever, o pitching do Laboratório de Cinema do Porto Iracema das Artes proporciona um primeiro contato com nomes experientes do cinema nacional e internacional, que atuam em diferentes setores da cadeia audiovisual. Este ano o júri do evento, como é chamado esse grupo de profissionais, é inteiramente feminino. Além de comentar os roteiros ao vivo, elas também vão indicar dois projetos da Escola para a Rodada de Negócios do FRAPA – Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre, um dos mais importantes eventos de roteiro no Brasil.

 atriz Bárbara Santos, indicada ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2020 pela interpretação de Filomena, no filme A Vida Invisível (Karim Aïnouz), é uma das quatro juradas. A roteirista e script doctor Camila Agustini, que atualmente está desenvolvendo uma série para a Amazon Prime Video no Brasil, também participará. Tereza Gonzalez, diretora sênior do ViacomCBS International Studios (VIS) e responsável por liderar a área de desenvolvimento de ficção em nível pan-regional (América Latina e Canadá), é outra presença confirmada. A quarta jurada é Victoria Castelli, diretora de desenvolvimento da Pródigo Films.

Os seis roteiros desenvolvidos no Laboratório de Cinema concorrem, ainda, ao Prêmio Incubadora Paradiso, que concede uma bolsa de R$ 30.000,00 (R$ 5.000,00 mensal por 6 meses), além de mentorias, doctoring, consultorias em desenho de audiência, incentivos para a inserção no circuito internacional e outros apoios adequados às necessidades de cada projeto. A Incubadora é uma das iniciativas do Projeto Paradiso, mantido pelo Instituto Olga Rabinovich, que visa impulsionar o crescimento profissional dos talentos do audiovisual brasileiro.

O Lab Cinema é parceiro de seleção da Incubadora Paradiso desde a primeira edição do Programa, em 2019, quando o roteiro selecionado foi “Campo Amor Rocha”, de Yuri Peixoto. Em 2020, o projeto escolhido do Cena 15 foi o “Feito Pipa”, do roteirista André Araújo. O júri do Prêmio Incubadora Paradiso deste ano ainda não foi divulgado pela instituição.

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