O Ministério Público do Estado do Ceará, por meio do Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc), deflagrou na manhã desta terça-feira (27) a segunda fase da operação “Apito Final”, que apura participação de integrantes de torcidas organizadas em conflitos e tumultos. A operação tem apoio do Departamento Técnico Operacional (DTO) da Polícia Civil e da 3ª Companhia do Batalhão de Choque da Polícia Militar. A investigação do Nuinc demonstrou o envolvimento de membros das principais torcidas vinculadas aos times Fortaleza Esporte Clube e ao Ceará Sporting Clube em conflitos antes e depois de partidas.
A operação cumpriu nove mandados de busca e apreensão contra integrantes de torcidas organizadas suspeitos de participarem de tumultos no Ceará e em outros estados da federação quando os times jogaram como visitantes. Foram apreendidos aparelhos celulares, documentos e R$ 13 mil em espécie, que seguirão para análise do MP do Ceará. As medidas de busca e apreensão foram deferidas pela 10ª Vara Criminal da Comarca de Fortaleza.
Atendendo o Ministério Público, o Poder Judiciário também determinou, pelo prazo inicial de 90 dias, as seguintes medidas cautelares ao presidente da Torcida Organizada do Ceará (TOC): afastamento das atividades junto à TOC; proibição de acesso ou frequência a estádios, à sede da TOC e do Ceará Sporting Clube, a bares, a festas, a shows e a casas de prostituição; proibição de ausentar-se de Fortaleza por mais de sete dias sem autorização da Justiça; recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga e monitoração eletrônica.
Primeira fase
No dia 6 de abril deste ano, o Nuinc deflagrou a primeira fase da Operação “Apito Final” com o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão em quatro sedes de torcidas organizadas, na capital, vinculadas ao Ceará Sporting Club e ao Fortaleza Esporte Clube: Leões da TUF, Irmandade Tricolor, Cearamor e Movimento Organizado Força Independente (MOFI). À época, duas pessoas foram conduzidas à delegacia, uma por posse de arma de fogo, e outra por posse de droga. Também foram apreendidos documentos, celulares, computadores e uma bomba de fumaça.
As investigações apontam que as principais sedes e subsedes das torcidas organizadas, por vezes, funcionariam como apoio para facilitar a logística de organização dos confrontos, depósito de materiais contundentes e artefatos explosivos, planejamento e organização das “pistas” (brigas em locais públicos). Diante dos indícios, o Nuinc requereu à Justiça medidas cautelares de busca a apreensão nesses locais para coletar mais elementos de autoria e materialidade, assim como coibir a violência nos estádios.