O Município de Caucaia voltou ao noticiário policial com a denúncia do Ministério Público Estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), contra o ex-prefeito Washington Góis, o ex-secretário de Infraestrutura da cidade, Fernando Cardoso, e os empresários Marcos Alexandre Veiga e José Marques Feitosa Neto.
O grupo foi denunciado por supostos desvios de recursos públicos, fraude em licitação, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público Estadual, os crimes teriam sido cometidos entre os anos de 2009 e 2016, administração de Washington Góis.
As investigações apontam que ‘’a organização criminosa, composta pelas empresas Placitude, Mixserv, entre outras, atuava em contratações feitas pela Prefeitura de Caucaia para a execução de obras públicas na cidade’’.
OBRAS SOMAM R$ 104 MILHÕES E TRÁFICO DE INFLUÊNCIA
Os dados levantados pelo Ministério Público Estadual mostram que, entre 2009 a 2016, a Placitude venceu 72 processos licitatórios, tendo recebido, no período, aproximadamente R$ 104 milhões dos cofres públicos da cidade.
Como fato grave, as investigações apontam que o proprietário da Placitude, Marcos Alexandre Veiga, chegou a ser nomeado chefe de Gabinete em 2011 e, nessa condição, a Placitude, a Mixserv e outros empreendimentos de fachada ligados ao empresário teriam continuado, com anuência do então prefeito Washington Gois, a fraudar licitações, desviar recursos públicos e cometer outros delitos.
ESQUEMA PARA BURLAR LEI
Segundo, ainda, o MPCE, para evitar a descoberta do esquema criminoso, a Placitude e a Mixserv – esta uma empresa de fachada e diretamente ligada à Placitude – eram representadas por outras pessoas, as quais se beneficiaram do esquema criminoso a partir do recebimento de pagamentos feitos por Marcos Veiga.
O Ministério Público Estadual aponta que ‘’Os crimes também teriam sido cometidos graças à atuação de Fernando Cardoso, sócio da Placitude que representava a empresa nos contratos com a Prefeitura, e José Marques Feitosa Neto, então secretário de Infraestrutura de Caucaia, que realizou pagamentos a Mixserv, mesmo ciente de que a empresa não detinha condições para a realização das obras’’.
A investigação do MPCE aponta, ainda, que o ex-prefeito Washington Góis foi beneficiado pelo esquema criminoso ao ter recebido três casas construídas pela Placitude, avaliadas em R$ 3 milhões cada. ‘’O ex-gestor ainda teria recebido joias avaliadas em R$ 17 mil e R$ 20 mil, as quais teriam sido pagas por pessoas ligadas ao esquema criminoso’’, conclui o MPCE.
LEIA MAIS
(*) Informações do Ministério Público Estadual do Ceará