O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), a partir do trabalho das Promotorias de Justiça da Comarca de Senador Pompeu, do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) e do Núcleo de Investigação Criminal (NUINC), e a Controladoria Geral de Disciplina (CGD) dos Órgãos de Segurança Pública deflagraram na manhã desta quarta-feira (05/04) a operação Data Venia. A ação investiga ilegalidades praticadas por policiais civis e colaboradores da Delegacia Regional de Senador Pompeu.

Com o acompanhamento dos promotores de Justiça, as equipes da CGD cumpriram mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados em Senador Pompeu, Fortaleza e Iguatu, bem como na sede da Delegacia Regional de Senador Pompeu, que teve computadores e documentos apreendidos. Foram encontradas armas de fogo em situação irregular, sendo os responsáveis encaminhados à Delegacia de Assuntos Internos da CGD para os procedimentos cabíveis.

“Agora, todo o material coletado será analisado pelos investigadores do Ministério Público, o que deve robustecer os elementos de prova e proporcionar a apresentação de denúncia criminal em face dos investigados junto à Justiça de Senador Pompeu nos próximos dias”, destacou o coordenador do GAECO, o promotor de Justiça Manoel Epaminondas. Ele destaca que há indícios de cobrança indevida de valores em troca da prestação de serviços típicos da Polícia Civil. Também chamou a atenção dos promotores de Justiça a utilização de métodos ilegais na investigação de crimes, tais como a plantação de drogas ilícitas junto a suspeitos, como estratégia para a obtenção de confissão forçada.

Como resultado das investigações iniciais, o coordenador do GAECO informa que a Justiça decretou o afastamento do Delegado Regional de suas funções, bem como de um Inspetor de Polícia e uma servidora terceirizada. Os mesmos ainda foram proibidos pelo Juiz Wildemberg Ferreira de Sousa de terem acesso às dependências das delegacias vinculadas de Mombaça, Pedra Branca, Solonópole, Dep. Irapuan Pinheiro, Milhã e Piquet Carneiro. O magistrado emitiu ordem, ainda, no sentido de vedar aos investigados qualquer contato com os denunciantes. Como desdobramento das medidas investigativas, a Justiça ainda decretou a quebra de sigilos fiscal e bancário de todos os investigados.

Com informação da A.I