A Organização Mundial da Saúde (OMS) reclassificou a mpox como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) no dia 14 de agosto. A decisão reflete a gravidade da situação atual, onde uma nova variante do vírus, denominada Clado 1b, está causando maior mortalidade e se propagando com maior facilidade, especialmente na África Central. No Brasil, neste ano, 709 casos já foram registrados. Em julho de 2022, a OMS havia declarado a emergência global devido ao surto de “varíola dos macacos”” nome então utilizado para a doença. Em maio de 2023, com a diminuição do número de casos a nível global, a emergência foi rebaixada, similar ao que ocorreu com a Covid-19.
No entanto, o ressurgimento do vírus em 2024, com maior impacto na República Democrática do Congo (RDC), onde foram registrados 16.789 casos e 511 mortes, trouxe novamente a preocupação internacional, tendo a doença sido detectada em 116 países. Dados do ministério apontam que, entre 2022 e 2024, o Brasil registrou 12 mil casos confirmados e 366 prováveis da doença. O número de mortes pela mpox neste período chega a 16, sendo a última em abril de 2023.
A doença já foi chamada de monkeypox, devido à descoberta inicial do vírus em macacos, um ortopoxvírus. É transmitida principalmente através de contato próximo com fluidos corporais, lesões na pele ou em mucosas de pessoas ou animais infectados, além do contato com objetos contaminados. A emergência da mpox levantou alertas devido ao potencial de disseminação rápida e ao risco de infecção em populações previamente não expostas ao vírus.
Os sintomas incluem febre, dores musculares, fadiga, aumento de gânglios e lesões cutâneas que podem ser dolorosas e desfigurantes, lembrando a varíola — erradicada em 1980. O risco global da mpox é amplificado pela facilidade de viagens internacionais, a capacidade do vírus de sobreviver em ambientes por um tempo prolongado, e a falta de imunidade generalizada na população, já que a vacinação contra a varíola foi interrompida há décadas. Além disso, os surtos recentes têm demonstrado que o vírus pode se espalhar em contextos urbanos, ampliando ainda mais a preocupação.