O Governo Federal volta a discutir com a Petrobras o fim da paridade internacional do preço dos combustíveis. Caso aprovada, os consumidores podem sentir alívio no bolso imediatamente. O conselheiro do Conselho Regional de Economia do Ceará, Ricardo Coimbra, pontua que a proposta de mudança na política de preços deve ser abordada após a constituição do novo conselho de administração da estatal. Apesar de ainda não ter sido revelada, o economista lembra que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, quando ainda ocupava o cargo de senador, já apresentou uma proposta na qual a paridade é reduzida, mas não totalmente eliminada.


Dessa forma, o preço dos combustíveis se tornaria menos volátil às variações do mercado internacional. Além disso, se o custo de produção nacional for menor que a internacional, poderá haver um repasse dessa diferença ao consumidor final em forma de redução de preços. A mudança na política de precificação vem enfrentando forte resistência do mercado, uma vez que deve gerar perda de lucro para a estatal e seus acionistas. No entanto, essa redução ocorria em cima do lucro recorde que a estatal alcançou em 2022: foram R$ 188,3 bilhões, resultado 76,6% maior que o de 2021 (R$ 106,6 bi).

A medida é sustentável no curto prazo, enquanto passamos por essa conjuntura mais desfavorável de preços de petróleo excessivamente elevado e será importante para a economia ter os preços sob controle. A médio prazo essa não é uma boa política, pois pode reduzir o investimento no setor. Mas o governo deverá ficar vigilante para evitar essa fuga de capital para o setor de petróleo gás no Brasil”