A Confederação Nacional de Municípios (CNM), que congrega os 5.568 prefeitos brasileiros, fez, nesta terça-feira (23), um apelo dramático para o presidente da República assumir de uma vez por todas o papel constitucional de coordenação nacional no enfrentamento da Covid19 no país, promovendo o alinhamento entre as esferas de governo e de poder. O apelo surge em meio ao maior colapso sanitário e hospitalar da história que deixa o Brasil como epicentro mundial da pandemia.

‘’É hora de focar no presente, produzir resposta efetiva, colocar a evidência científica como norte e despolitizar a pandemia, superando divergências e priorizando a defesa da vida para estancar as milhares de mortes e aplacar o sofrimento das famílias brasileiras’’, ressalta a CNM, ao destacar, ainda, que ‘’agora, na pior fase da pandemia, com resultados trágicos cuja dimensão social e econômica ainda é incalculável, o movimento municipalista reitera que a soma de esforços representa o único e inadiável caminho, no qual o papel de coordenação da União faz-se indispensável’’.

Segundo a nota da Confederação Nacional dos Municípios, o presidente da República deve estar pessoalmente empenhado na execução de campanha de comunicação em prol da eficácia e da segurança das vacinas, além da defesa das medidas não farmacológicas, como o distanciamento social, o uso de máscaras e álcool gel, que vêm sendo adotadas em todo o país por Estados e Municípios.

SEM TRANSFERÊNCIA DE RESPONSABILIDADES

De acordo com a entidade que reúne os prefeitos de todas as cidades brasileiras, ‘’faz-se urgente também a implementação de medidas pela União nas atividades de âmbito nacional, dando maior efetividade às ações dos demais Entes federados’’.

Para os municipalistas, ‘’não cabe transferência de responsabilidades neste momento dramático. É urgente que todas as autoridades públicas de todos os Poderes, da União, dos Estados e dos Municípios, bem como a sociedade brasileira, trabalhem de forma harmônica e colaborativa’’.

De acordo com a entidade, ‘’esse alinhamento é o único caminho para frear o crescimento geométrico de casos diante de um sistema de saúde colapsado, com esgotamento estrutural e pessoal’’.

Diante dessa situação, o comando da CNM alerta: ‘’Urgem ações emergenciais para o fomento à produção e à importação de neurobloqueadores e oxigênio, além de uma operação logística nacional para o monitoramento e o remanejamento desses insumos no território’’.

DRAMA, DOR, INTUBAÇÃO SEM ANESTESIA

A Confederação Nacional dos Municípios alerta, também, que “Uma nação não pode aceitar cidadãos morrendo sufocados ou tendo que suportar dores indescritíveis decorrentes de intubação sem anestesia’’. O Brasil, continua a nota da entidade municipalista, está em guerra contra o vírus e, na guerra, todos têm responsabilidades.

Em outro ponto da nota, a CNM destaca: ‘’A União precisa reorientar as plantas produtivas à disposição no país e, mais do que nunca, mobilizar a diplomacia internacional a fim de garantir as condições necessárias, para responder a esta batalha’’.

Ao final do manifesto, a Confederação Nacional dos Municípios registra que “as prefeitas e os prefeitos do Brasil fazem a sua parte e continuarão não medindo esforços para exercer seu papel de corresponsabilidade, mas precisam e clamam para que o presidente da República assuma, de forma inadiável, seu dever de coordenar a nação, respeitando a população, a ciência e a comunidade internacional com a humanidade e a empatia exigidas de um Chefe de Estado’’.


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