Os mais céticos pouco acreditam em uma futura aliança do PSDB com o PDT, mas quem conhece bem os bastidores políticos e, especialmente, acompanha as sinalizações entre tucanos e pedetistas começa a definir um cenário de composição para as eleições de 2022. Ou seja, os irmãos Cid e Ciro Gomes (PDT) com o senador Tasso Jereissati (PSDB).
‘’Trabalhamos hoje com olhos voltados para o curtíssimo prazo, que é a eleição municipal, mas os nossos pensamentos, com gestos e ações, tem uma direção para juntar o PSDB e o PDT no mesmo palanque em 2022’’, expõe um pedetista, com passagem pela Assembleia Legislativa e, hoje, atuante nas articulações de bastidores.
Quem interpreta essa leitura corre para levantar um questionamento: “e o governador Camilo Santana, como fica nesse ambiente”? A resposta a essa pergunta surge na ponta da língua: Camilo terá lugar reservado nesse cenário, sem queixas e reclamações.
O questionamento aparece porque, pelos altos índices de popularidade da administração, Camilo é citado como um futuro candidato ao Senado que, com força eleitoral, ajudará a eleger o sucessor. Camilo, entretanto, tende a retribuir o mesmo gesto que o seu antecessor Cid fez para elegê-lo: permanecer no cargo e trabalhar para eleger o nome a ser escolhido pelo PDT. E, nessa lista, entram Roberto Cláudio, Cid e, por exemplo, Ivo Gomes.
Se a incerteza permeia entre os mais próximos ao Palácio da Abolição, a construção do pragmatismo na política abre espaços para dirimir as dúvidas: em 2022, o senador Tasso Jereissati estará encerrando o mandato, diz a interlocutores que ainda é cedo para falar em reeleição, mas, entre um olhar e outro, o tucano deixa uma certeza para quem está presente em seu cotidiano: se os irmãos (Cid e Ciro) apoiarem, Tasso é, sim, candidato a um novo mandato no Senado.
A possibilidade de união entre Tasso, Cid e Ciro é real e, mesmo que a corrida presidencial os distancie na disputa pelo Palácio do Planalto, duas prioridades estarão definidas no Ceará: a reeleição de Tasso ao Senado e a manutenção, pelo PDT, do Governo do Estado. O grande debate sobre as eleições municipais de 2020, envolvendo os principais atores da cena política atual, se volta, especialmente, para 2022.