Após a anulação dos processos, nessa segunda-feira (8), do ex-presidente Lula e o retorno de seus direitos políticos, especulações e movimentações políticas sobre formação de novas chapas para as eleições de 2022 foram iniciadas. Um dos grandes nomes no centro destas conversas é o ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT).  Em entrevista à CNN, Ciro, que é pré-candidato à presidência nas próximas eleições, defendeu na manhã desta terça-feira, 9, a criação de uma chapa para disputar as eleições que inclua representantes políticos para além da esquerda. Entretanto, Ciro disse ter reservas em relação a compor chapa com o PT e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“O que eu quero dizer é que o Brasil precisa, diante do problema grave que temos, construir um caminho de futuro e, francamente, não vejo o caminho de futuro ser construído com a volta ao passado lulopetista envelhecido, desgastado e inconfiável, e, pior, que tem a característica de fazer o outro lado se reunir também com base no ódio”, disse Ciro.

“Acabei de comemorar a devolução dos direitos políticos do Lula, porque ele tinha direito a isso. A vida inteira lutei, mas, se sob o ponto de vista jurídico ele tem esses direitos, politicamente, ele faz parte grave do problema brasileiro”, completou o ex-ministro.

O ex-governador disse que aceita se reunir com todo brasileiro para discutir uma aliança para as próximas eleições, mas ressaltou que não pretende ligar para conversar com Lula. Segundo ele, a participação do PT no pleito de 2022 contribui para a polarização da disputa.

“Já disse e quero repetir que o Brasil não cabe na esquerda. A esquerda tem seu valor, mas o Brasil é um Estado muito mais complexo, difícil e heterogêneo”, afirmou. “Entretanto, para ser muito franco, o comportamento do lulopetismo é parte central do problema, o que volto a dizer, não elimina a possibilidade de diálogo”, completou Ciro.

Ciro também reforçou a necessidade de se aguardar as próximas etapas do julgamento do ex-presidente, que deverão determinar se foram corretas ou não as decisões da vara de Curitiba.