As pequenas e microempresas, que são os maiores empregadores do País, são as que mais enfrentam dificuldades para pagar o 13.º salário dos trabalhadores, por conta da recessão, segundo relatos dos sindicatos de trabalhadores nas metalúrgicas, no comércio e nas empresas de construção civil. Esse problema já tinha sido captado pelas duas últimas pesquisas do Sindicato da Micro e Pequena Indústria no Estado de São Paulo (Simpi).

Em novembro, 45% das pequenas e microindústrias achavam que teriam maior dificuldade para pagar o 13.º salário em 2016 em relação ao ano anterior, e mais da metade delas (57%) se viu muito prejudicada pela crise e com risco de fechar, apontou a pesquisa do Simpi. E a percepção desses empresários se confirmou no mês seguinte. Na pesquisa de dezembro, com mais de 300 empresas, 19% deixaram de pagar as despesas do mês. Em dezembro de 2014 e 2015, essa fatia tinha sido de 15%.

“Arrisco dizer que o volume de pequenas e microempresas que estão devendo o 13.° hoje nunca esteve tão alto”, diz o presidente do Simpi, Joseph Couri. Ele relata que as pequenas e microempresas são as que mais sofrem com a falta de capital de giro. “Hoje ninguém paga ninguém e falta crédito. Enquanto o acesso ao crédito não for destravado, o emprego não vai aumentar.”

A pesquisa de dezembro do Simpi revela que 49% das empresas sofreram calote em dezembro, e 10% pretendem demitir este mês. Em dezembro, 43% das empresas consideraram o seu faturamento péssimo ou ruim. Um resultado que destoa é que 55% acham que 2017 será melhor do que 2016. “Mas essa melhora é uma torcida”, diz Couri.

Fonte: Estadão Conteúdo