Candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro afirmou na noite dessa terça-feira, 16, em entrevista ao vivo ao SBT, ao ser questionado se aumentaria impostos para a parcela mais abastada da população, que não se pode falar em “mais ricos” no Brasil. Isso porque, segundo ele, todos já estão “sufocados”.

“Eu acho que no Brasil você não pode falar em mais ricos, está todo mundo sufocado. Se você aumentar a carga tributária para os mais ricos, como a França fez no governo anterior, o capital foi para a Rússia. O capital vai fugir daqui, a carga tributária é enorme. Quase tudo é progressivo no Brasil”, declarou o candidato ao Palácio do Planalto.

O deputado federal disse que, se for eleito no próximo dia 28, não aumentará impostos e nem recriará a CPMF, contribuição provisória sobre movimentação financeira eliminada em 2007. “Não existe nada disso aí, muito pelo contrário”, afirmou. Na entrevista de cerca de 10 minutos concedida ao jornalista Carlos Nascimento, Bolsonaro voltou a confirmar os nomes do economista Paulo Guedes como ministro da pasta de Economia, do general da reserva Augusto Heleno, para a Defesa, e do deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), para a Casa Civil.

Questionado sobre os nomes de quem seria indicado por ele para ocupar vagas no Supremo Tribunal Federal (STF), o candidato disse que escolheria “alguém do perfil” do juiz federal Sergio Moro, responsável pelas ações da operação Lava Jato no Paraná. Quando o jornalista perguntou qual seria a proposta de seu governo para resolver a questão do desemprego, que atinge 13,7 milhões de brasileiros, segundo o IBGE, o presidenciável disse que “não tem resposta imediata, não tem cavalo de pau”. “Nós temos que facilitar a vida de quem produz”, resumiu.

O candidato permaneceu durante todo o dia em casa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde recebeu o cantor sertanejo Eduardo Costa e outros apoiadores. Equipes de reportagem da Record TV, da TV Globo e da Globo News também entrevistaram o presidenciável. Ao longo dessa terça, ele discutiu pelo Twitter com o adversário no segundo turno, Fernando Haddad (PT).

Também pela rede social, Bolsonaro reclamou do que chamou de “claro descaso” de parte da mídia com agressões sofridas por seus apoiadores, “perseguidos há anos”. “Não faltam exemplos. Eu mesmo fui vítima de tentativa de assassinato cometido por um ex-integrante do PSOL e seguindo determinação médica sou desrespeitado até por adversários”, escreveu o presidenciável.

“Os mais de 49 milhões de brasileiros que votaram em mim estão sendo xingados dos piores adjetivos. Quem faz isso esquece que essas pessoas há muito sofrem com 60 mil assassinatos e 50 mil estupros por ano, além de sentirem no bolso e na vida as consequências da corrupção do PT”, acrescentou.

Com informações do Portal Uol Notícias