Dirigentes do DEM receberam o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), no Ceará, com uma faixa de “presidente”, numa iniciativa de lançá-lo candidato ao Planalto, como revelou hoje a Coluna do Estadão. Um grupo do DEM aproveitou o palanque de filiação do deputado federal Danilo Forte (CE) para apresentar Maia como opção para unificar o País.
O cartaz traz, além do nome de Rodrigo Maia presidente, o slogan “Coragem para mudar o Brasil”, mesmo usado na campanha do falecido Eduardo Campos (PSB) e de Marina Silva (Rede) na campanha eleitoral de 2014.
Maia tem afirmado que vai concorrer à reeleição na Câmara e tentar mais um mandato como presidente da Casa. Mas defende que o partido lance candidato na disputa presidencial que tenha “clareza ideológica de centro-direita”. O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), define a situação do colega de partido. “Rodrigo Maia pode até não ser o candidato à Presidência, mas a sucessão de Michel Temer passará por ele.”
Com 30 deputados federais, o DEM acolheu 8 dissidentes do PSB e deve formar a quarta maior bancada na Câmara. O partido sonha em lançar 12 candidaturas próprias aos governos estaduais. (Naira Trindade e Andreza Matais)
Reforma da Previdência e o servidores
Rodrigo Maia defendeu a inclusão, na reforma da Previdência Social, de uma regra de transição para servidores públicos que ingressaram no funcionalismo antes de 2003. Segundo o deputado do DEM, essa mudança não é uma concessão, e sim uma forma de igualar as regras para todos os servidores.
“Quando a reforma foi para a Câmara, foi com a regra de transição anterior a 2003. Na hora da votação, foi retirada essa regra. O que eu quero discutir é por que eles [servidores anteriores a 2003] ficaram sem transição, e os posteriores a 2003 têm regras de transição”, ponderou o presidente da Câmara na capital cearense.
Atualmente, os servidores que ingressaram no serviço público até 2003 têm direito à integralidade e à paridade, ou seja, conseguem se aposentar com o valor do último salário e têm reajuste igual ao servidor da ativa.
Pela proposta atual de reforma da Previdência, esses servidores teriam de aguardar completar 65 anos, no caso de homens, e 62, de mulheres, para garantir a aposentadoria integral e o mesmo reajuste dos ativos. Ou seja, não teriam regra de transição e teriam de atingir as idades mínimas de aposentadoria para manter os benefícios atuais.
Os servidores públicos contratados até 2003 poderiam até se aposentar antes, mas pela média salarial. A mudança na regra de aposentadoria do funcionalismo público gerou reação de servidores.
O funcionalismo público pressiona pela criação de uma regra de transição para manter, por um tempo determinado, os dois benefícios, classificados de privilégios pelo próprio governo. Alegam que, pela proposta em tramitação no Legislativo, servidores que poderiam se aposentar com salário integral em um ou dois anos teriam de esperar, em alguns casos, dez anos.
Uma proposta seria manter a integralidade e a paridade até que os trabalhadores do setor privado atingissem a idade mínima atual do serviço público, de 60 anos para homens e 55 para mulheres.
Com informações Coluna do Estadão, jornal Estadão e G1