O novo ministro do Trabalho, Caio Vieira de Mello, no cargo desde a última terça-feira, 10, após o afastamento do então ministro Helton Yomura, alvo na semana passada da 3ª fase da Operação Registro Espúrio da Polícia Federal (PF), suspendeu todos os procedimentos de análise e as publicações relativas a processo de registro sindical na pasta pelo prazo de 90 dias.
O ato, um dos primeiros do advogado mineiro no cargo, está publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 12. A medida não atinge processos que devem ser cumpridos por determinação judicial. A Operação da PF, ocorrida na semana passada, aprofunda investigações sobre suposta concessão fraudulenta de registros sindicais no Ministério do Trabalho. Yomura representava o PTB no governo.
No dia da posse, o novo ministro sinalizou que faria mudanças na Pasta depois das investigações realizadas pela PF. Questionado por jornalistas se poderia fazer uma “limpa” no ministério, Mello respondeu com outra pergunta: “A senhora não faria?”. “O que for necessário, será feito”, afirmou ele, acrescentando que vai “fazer um exame apurado de todas as situações”.
No mês passado, a Secretaria de Relações do Trabalho do ministério já havia determinado a suspensão, pelo prazo de 90 dias, da emissão de mais de 180 certidões sindicais, também com o objetivo de apurar possíveis irregularidades.
A Operação Registro Espúrio, que obrigou o Ministério do Trabalho a fazer esse pente-fino nos processos, foi deflagrada no fim de maio. Além de Yomura, também são alvo da operação, em diferentes fases, o ex-deputado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, pivô do escândalo do mensalão do PT, e os deputados Jovair Arantes (PTB), Paulinho da Força (Solidariedade), Wilson Filho (PTB) e Nelson Marquezelli (PTB). A deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha de Jefferson, também é investigada na ação da PF.
Com informações do Uol Notícias