O número de mulheres que trabalham por conta própria disparou 38,8%, na última década, no Ceará. Em 2012, elas eram 288 mil, mas esse contingente cresceu para 400 mil em 2022. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A categoria enquadra autônomas e empreendedoras. Levadas a esse mercado, seja por necessidade ou oportunidade de negócios, as mulheres também amargam índices elevados de informalidade. Dessas 400 mil, 341 mil atuam em empreendimentos não registrados no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, totalizando 85,2%.
No período de agravamento da crise da pandemia de Covid-19, compreendido pela pesquisa, o fechamento de empresas pressionou o desemprego. Nesse contexto, a população intensificou a busca por alternativas para garantir o ganha-pão, recorrendo, em muitos casos, ao mercado informal. A dificuldade de reinserção é ainda maior para a população feminina, considerando a desigualdade de gênero estrutural no mundo do trabalho formal. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua mostra que o Ceará registrou leve aumento de 0,3% no número de pessoas ocupadas em 2022, na comparação com 2019, caindo de 3,69 milhões para 3,68 milhões. Desse total, contudo, 1 milhão trabalham por conta própria no mercado cearense, sendo 905 mil informais. O IBGE classifica como “conta própria” a pessoa que trabalha explorando o seu próprio empreendimento, sozinha ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não, com ajuda de trabalhador não remunerado de membro da sua unidade domiciliar.