O número de pacientes que passaram mais de 24 horas na emergência do Hospital de Saúde Mental de Messejana (HSM), referência no atendimento psiquiátrico em Fortaleza e no Ceará, chegou a 274, em outubro. A média de 2019, de janeiro a outubro, foi de 316 pessoas – 5,7 vezes maior do que a meta de 55 preconizada pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
Os dados são do Integra SUS, plataforma de transparência da gestão estadual, e apontam que o HSM ultrapassou o número ideal de pacientes na emergência em 2018 e neste ano. Em 2019, o mês mais crítico foi maio, com 392 pacientes nessa situação. Em fevereiro, melhor mês do período, 239 pessoas permaneceram na emergência por mais de um dia: o quádruplo do limite estabelecido.
No ano passado, o pico de pacientes que vivenciaram espera superior a 24h por internação foi de 241 pessoas, quantidade menor do que a registrada em nove dos dez meses deste ano. A média de 2018 foi de 212 pacientes.
A meta estabelecida pela Sesa é de que a taxa de ocupação dos leitos fique entre 85% e 95% – contudo, no ano passado, a média foi de 96,4%. Já em 2019, os meses entre fevereiro e junho registraram superlotação, com mais de 100% dos leitos ocupados. No mês passado, a taxa totalizou 98,5% e, em todos os demais meses, entre janeiro e outubro, a meta foi fracassada.
O tempo médio que um paciente permaneceu no HSM em outubro deste ano foi de 25 dias, em conformidade com a meta da Sesa, que é de 26. Entretanto, tempos médios maiores foram verificados em janeiro (29 dias), março (35 dias, maior período do ano) e junho (34 dias).
A Lei Estadual nº 12.151, de 1993, proíbe a construção e a ampliação de hospitais psiquiátricos, públicos ou privados, e a contratação e financiamento estatal de novos leitos nesse perfil no Ceará.
Entre janeiro e outubro deste ano, o HSM realizou 12.191 atendimentos ambulatoriais. Só no décimo mês do ano, foram 730. Já na emergência, foram 23.648 em todo o período e 2.340 só em outubro.