O nível da ocupação, isto é, o percentual de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade de trabalhar, passou de 40,9% em junho para 40,0%, em julho, apontando queda. Dos 2,9 milhões de ocupados em julho, 460 mil estavam afastados do trabalho na semana de referência, dos quais 313 mil estavam afastados devido ao distanciamento social. Esses dois contingentes caíram, respectivamente, 38,2% e 51,1% em relação a junho.

Esses são dados da PNAD COVID19, divulgada pelo IBGE. O IBGE é o único órgão de estatística oficial de um país que produziu dados estatísticos relacionados à COVID-19 para toda a sua extensão territorial, incluindo todas as Unidades da Federação. Outros países, como Espanha e Inglaterra, fizeram pesquisa com recorte geográfico menor, áreas específicas.

De junho para julho, a proporção de pessoas afastadas devido à pandemia no total de pessoas ocupadas caiu de 21,3% para 10,7%. Com exceção do Amapá, Rio Grande do Sul e Rondônia, todas as Unidades da Federação mostraram queda nesse indicador.

Nas cinco regiões, o número de horas trabalhadas para as pessoas que estavam ocupadas voltou a crescer, refletindo a retomada gradual das atividades. O número médio de horas habituais foi 39,1 horas por semana e o das que de fato foram trabalhadas na semana de referência foi, em média, 29,8 horas.

O total de pessoas desocupadas em julho foi de 388 mil, 7,6% abaixo do total de junho (em termos absolutos, equivale a 31,5 mil pessoas). O Ceará foi o único, da Região Nordeste, que apontou queda no número de pessoas desocupadas, não que tenha ocorrido aumento entre as pessoas ocupadas ou no nível de ocupação, mas observa-se o crescimento do universo das pessoas fora da força de trabalho. Assim, entre junho e julho o número de pessoas fora da força de trabalho cresceu 2,3%.

A população fora da força de trabalho, em julho, foi estimada em 4,0 milhões de pessoas. Deste total, 42,3% (1,7 milhão) gostariam de trabalhar, mas não buscaram trabalho, e 29,6% (1,2 milhão) não buscaram trabalho devido à pandemia ou à falta de trabalho na localidade, mas gostariam de trabalhar. Em junho, entre as pessoas que embora quisessem trabalhar não o fizeram, 41,4% alegaram como principal motivo a pandemia ou a falta de trabalho na localidade. Em julho, esta proporção foi de 41,2%.

Sobe a proporção de domicílios que receberam algum auxílio emergencial

O percentual de domicílios no Ceará que receberam algum auxílio emergencial relacionado à pandemia passou de 54,6% em maio para 58,8% em julho, com valor médio do benefício em R$ 951 por domicílio. O percentual de domicílios recebendo o auxílio aumentou em todas as Grandes Regiões. As Regiões Norte e Nordeste foram as que apresentaram os maiores percentuais, 60,6% e 59,6%, respectivamente.

Rendimento domiciliar per capita tem alta de 6,3%

O rendimento médio real domiciliar per capita efetivamente recebido em julho no Ceará foi de R$ 933, ou seja, 6,3% acima do valor de junho (R$ 877). As regiões Nordeste e Norte apresentaram os menores valores, R$ 899 e R$ 903, respectivamente.

O rendimento médio domiciliar per capita dos domicílios onde nenhum dos moradores recebia algum auxílio do governo concedido em função da pandemia (R$ 1.454) no Ceará era, em média, mais de duas vezes superior ao daqueles onde algum morador recebia o auxílio (R$ 652).