O clima de tensão entre policiais militares e o Governo do Estado aumentou após o senador Cid Gomes ser atingido por tiros durante protesto de policiais militares em Sobral. Com o acontecimento, parlamentares na Assembleia Legislativa prestaram solidariedade ao senador e o debate sobre o reajuste salarial dos policiais militares voltou à tona.
O assunto foi destaque no Bate Papo Político do Jornal Alerta Geral desta sexta-feira (21), com os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida, que comentaram sobre a situação que gera tensão entre ambos os lados do conflito e também preocupação na população cearense.
Já no terceiro dia de paralisação das atividades na área da polícia militar, Luzenor destaca que ainda não foi encontrada uma solução para o empasse. O jornalista ainda salienta que as cidades da Grande Fortaleza e do interior do Ceará, em sua maioria, estão sem policiamento na véspera de um período de festas, o Carnaval.
“Há um cenário de dúvidas e incertezas sobre como será, neste momento, esse cenário é de incertezas sobre a segurança dos foliões e de quem vai passar pelas estradas federais e estaduais do Ceará”, afirma Luzenor.
Beto diz que o impasse levou à decisão do presidente Bolsonaro em decretar a Garantia da Lei e da Ordem e enviar Exército para fazer a segurança nas ruas no Ceará. O jornalista esclarece que o decreto se trata de um ordenamento jurídico que apenas o próprio presidente da república pode decidir.
“Isso significa o que? Significa na realidade que a partir de hoje a segurança do Estado do Ceará sai do controle do Estado, não é mais o secretário André Costa, não são mais os auxiliares dele. A partir de hoje, a segurança pública do estado do Ceará está sob o comando da 10ª Região Militar”, explica Beto.
O jornalista enfatiza que a preocupação entre os cearenses continua mesmo com o envio das tropas do exército, tendo em vista que o Ceará possui 184 municípios e ainda não se sabe se o quantitativo que será enviado ao estado será suficiente para dar segurança à população, principalmente no período de carnaval.
“O impasse resiste em ambos os lados, o diálogo está literalmente travado ainda, não está aberto como poderia estar. Isso nos leva a enfrentar esse período de carnaval aguardando, inclusive, que as coisas possam evoluir nesta fase”, diz Beto.
De onde virá a solução?
Para Beto, o debate na Assembleia Legislativa é “muito contaminado” pelos interesses políticos, partidários e posicionamentos ideológicos. Diante do cenário de tensão e falta de diálogo, o jornalista vê a Comissão de senadores, formada por 2 senadores cearenses e senadores de outras estados, como uma solução para o conflito.
“Eles estão fora dessa coisa mais imediata, dessa discussão, desse ambiente emocional. Então, eles podem travar um diálogo entre os dois segmentos de uma forma mais propositiva, com dados mais reais, levando e trazendo posicionamentos que possam costurar esse diálogo”, pondera Beto.
Confira na íntegra o Bate Papo Político do Jornal Alerta Geral