As águas do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco chegaram ao Reservatório Castanhão, no Ceará, e vão garantir a segurança hídrica para os cerca de 4,5 milhões de habitantes da Região Metropolitana de Fortaleza. A liberação das águas ocorreu no dia 1º de março e foi definida como um “momento histórico” pelo governador Camilo Santana. Os investimentos da União em todo o Projeto São Francisco já alcançaram R$ 12 bilhões.
O assunto foi um dos principais destaques do Bate-Papo Político desta quinta-feira (11), com os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida.
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“O Estado do Ceará entra em uma nova da nossa história hídrica com a chegada das águas do Rio São Francisco à barragem do Castanhão”, comenta Luzenor de Oliveira.
Os dados do Ministério da Integração Nacional apontam que, quando todas a estruturas e sistemas complementares nos estados estiverem em operação, cerca de 12 milhões de pessoas serão beneficiadas em 390 municípios de Pernambuco, da Paraíba, do Ceará e do Rio Grande do Norte.
“Entre tantas notícias ruins, temos essa boa para comemorar: a chegada das águas da transposição ao açude Castanhão. O que era para levar 30 dias, percorrendo essa extensão do Jati até o Castanhão, levou apenas 10 dias, graças ao bom inverno. É um obra secular”, define Beto Almeida.
Projeto São Francisco
O Projeto de Integração do Rio São Francisco soma 477 quilômetros de extensão, é o maior empreendimento hídrico do País, teve estudos iniciados no governo Itamar Franco, avançou com licenças ambientais na gestão FHC, saiu do papel na administração do presidente Lula, teve continuidade nos Governos Dilma e Michel e coube ao atual presidente Bolsonaro inaugurar o trecho de canais que transfere águas para o Ceará.
Desde 2012, o estado do Ceará enfrenta uma das piores crises hídricas da história. A Região Metropolitana de Fortaleza correu riscos de precisar de abastecimento por meio de carro pipa em diversas ocasiões, como em 2016 e 2017. Antes da abertura das comportas no último dia 1º, segundo o governo do estado, o volume disponível do Sistema Integrado Jaguaribe estava em apenas 13,8%. Com essa chegada das águas do Projeto São Francisco, o abastecimento regular fica garantido.
Percurso da água
Após a abertura das comportas em Jati, as águas do São Francisco percorreram, em 10 dias, 294 quilômetros do Reservatório Jati até chegar ao Castanhão. Com uma vazão de 8 mil litros por segundo, o recurso hídrico passou pelo leito do Riacho Seco e depois pelo Rio Batateiras, que desce do Crato. Na sequência, seguiu pelo Rio dos Porcos e, depois, pelos Rios Salgado e Jaguaribe até chegar ao reservatório Castanhão.
O Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, que inclui o CAC, tem 260 quilômetros de extensão, três estações de bombeamento (EBI 1, 2 e 3), 15 reservatórios, oito aquedutos e três túneis. Todas as estruturas responsáveis pela passagem de água até o Reservatório Caiçara estão concluídas, restando apenas a recuperação da tubulação em Atalho e outros serviços complementares que não comprometem a pré-operação. O total de execução física do trecho é 97,7%.
Quando todas as obras complementares estiverem concluídas e em funcionamento, a expectativa é que o Eixo Norte garanta segurança hídrica a mais de 220 cidades paraibanas, pernambucanas, cearenses e potiguares. Cerca de 6,5 milhões de pessoas contarão com abastecimento de água regular.
Compra de vacinas
Outro assunto que ganhou destaque no Bate-Papo Político foi a sanção do projeto que permite a compra de vacinas por estados e municípios. O presidente Jair Bolsonaro assinou, nessa quarta-feira (10), o Projeto de Lei (PL) 534/2021, que autoriza estados, municípios e o setor privado a comprarem vacinas contra a covid-19 com registro ou autorização temporária de uso no Brasil.
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Pelo projeto, pessoas jurídicas de direito privado, como empresas, por exemplo, poderão adquirir diretamente das farmacêuticas vacinas contra a covid-19 que tenham autorização temporária para uso emergencial, autorização excepcional e temporária para importação e distribuição ou registro definitivo concedidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Enquanto estiver em curso a vacinação dos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde, as doses deverão ser integralmente doadas ao Sistema Público de Saúde (SUS). Após a conclusão dessa etapa, o setor privado poderá ficar com metade das vacinas comprada desde que as doses sejam aplicadas gratuitamente. A outra metade deverá ser remetida ao SUS.