Meses após a mudança de detentos ligados a outras facções, onze chefes do Primeiro Comando da Capital, o PCC, foram transferidos para a Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte. A ação, realizada neste final de semana, é uma medida estratégica das autoridades cearenses de enviar presos com liderança dentro de organizações criminosas para outros estados do país.
Não houve aviso prévio aos parentes nem aos advogados e os familiares dos presos se surpreenderam com a transferência quando chegaram ao Centro de Detenção Provisória (CDP), em Itaitinga, para realizar a visita íntima. Os agentes penitenciários informaram que os detentos tinham sido levados a uma unidade penitenciária federal que fica a cerca de 250 Km de Fortaleza. Até o momento, a Secretaria da Administração (SAP) não emitiu posicionamento.
Os onze internos transferidos fazem parte de um grupo de 33 homens com perfil de liderança dentro do PCC, que denunciaram, através de ação judicial, terem sofrido tortura de agentes penitenciários, enquanto estavam isolados na Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Jucá Neto, a CPPL III, também em Itaitinga.
Os presos teriam sofrido ferimentos nas mãos, nas costas e na cabeça provocados por agressões de servidores públicos. Os laudos dos exames de corpo de delito, realizados pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce), confirmam as lesões.