Uma quadrilha formada por policiais do Bom Jardim, bairro de Fortaleza, foi desarticulada na Operação Maçãs Podres. A investigação mostra que os policiais praticavam diversos crimes em conluio com traficantes. Segundo o Ministério Público do Ceará (MPCE), um policial militar tentou proteger um suposto traficante na investigação do roubo de quatro armas de fogo (três fuzis e uma pistola) da Base Aérea de Fortaleza, em 20 de maio de 2016.  O sargento Jeovane Moreira Araújo é apontado como o líder de uma quadrilha de PMs que se ligava a traficantes.

O sargento e mais 9 colegas de farda foram presos no dia 2 de agosto, quando foi deflagrada a primeira fase da Operação Maçãs Podres. Na última sexta-feira (30), a segunda fase da operação resultou na prisão de onze supostos traficantes. Os 21 presos e mais quatro foragidos são acusados pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, extorsão, corrupção ativa e passiva, porte e posse ilegal de arma de fogo e organização criminosa.

De acordo com a denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do MPCE, um traficante ligou para o sargento para pedir que a investigação do roubo à Base Aérea não respingasse nele, já que o seu irmão era um dos participantes do crime. Durante a ligação, o sargento responde que o homem não será detido e o orienta a pedir ao seu irmão para se desfazer das armas roubadas e avisar à polícia sobre a localização. Os telefonemas entre os investigados foram interceptados com autorização da Justiça Estadual.

Roubo na Base Aérea de Fortaleza

A Base Aérea de Fortaleza, localizada na Avenida Borges de Melo, foi invadida por homens armados e roubada na noite de 20 de maio de 2016. Três fuzis e uma pistola foram levados pelos criminosos.

As investigações descobriram que dois soldados da Aeronáutica e mais quatro pessoas participaram da ação ousada. Em julgamento realizado em julho de 2017, os soldados foram condenados a 18 anos e 16 anos de prisão, e outro réu, a nove anos de prisão.