O governador Camilo Santana (PT) se prepara para enfrentar os primeiros meses de 2020 com mais turbulência. O cenário pré-eleitoral vai empurrar a oposição para ser ainda mais cáustica nas cobranças à administração estadual. A terça-feira, que marca a abertura dos trabalhos do Plenário da Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal, deu essa clara sinalização nessa direção.
O deputado estadual Delegado Cavalcante (PSL) antecipou, em entrevista, nessa segunda-feira, que a mobilização levará, nessa quinta-feira, centenas de policiais às galerias da Assembleia Legislativa. Vinte e quatro horas após o recado de Cavalcante, o deputado soldado Noélio (PROS) recorreu a ásperas expressões para classificar o reajuste salarial dos policiais militares.
Sintonizado com Noélio, o vereador sargento Reginauro fez, também, pronunciamento na Câmara Municipal de Fortaleza para cobrar mais sensibilidade do Governo do Estado com a categoria dos policiais. O deputado federal Capitão Wagner (PROS), que é o porta voz das cobranças dos policiais, deverá, também, fazer pronunciamento na Câmara Federal com o mesmo conteúdo do discurso de Noélio e Reginauro.
A base parlamentar do Governador Camilo Santana é sólida do ponto de vista quantitativo – 38 dos 46 deputados estaduais o apoiam, mas são poucos os que tem habilidade, com conteúdo na ponta da língua, para se contrapor à verve dos oposicionistas.
O exemplo dessa fragilidade foi dado, nesta terça-feira, diante dos pronunciamentos dos deputados estaduais soldado Noélio, que falou sobre a reivindicação salarial dos policiais, e do deputado Heitor Férrer (SD), com cobranças sobre a qualidade dos serviços de recuperação das rodovias estaduais.