Os novos prefeitos que assumiram mandatos no dia primeiro de janeiro tem a área de saúde como um dos principais desafios para os próximos quatro anos. A prioridade não é apenas na contratação de médicos, medicamentos, construção e manutenção das unidades de saúde. É, também, nas medidas preventivas que dêem a população melhores condições de moradia, com sistema de esgoto sanitário e água tratada para o consumo humano. A responsabilidade pelo saneamento básico recai – como cobranças, aos prefeitos que, ao longo da campanha de 2016, incluíram essa área como prioridade se eleitos fossem. Muitos foram eleitos com esse discurso e, agora, no cargo, o compromisso é responder as demandas da população. Claro, que, com as limitações de recursos, as Prefeituras não tem como bancar o sistema de saneamento básico e abastecimento de água. Cabe, porém, aos prefeitos, pelo menos, a iniciativa de provocar os Governos Estadual e Federal para serem mais ágeis nas obras e ações para a população dispor de água tratamento e esgotos que evitem a sujeira na porta de casa. A realidade é ruim: apenas em 2015 o país passou a contar com coleta de esgoto em mais da metade dos municípios atendidos com água, apesar do recuo dos investimentos em saneamento básico. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), produzidos pelo Ministério das Cidades e compilados pela consultoria GO Associados, o percentual passou de 49,8% em 2014 para 50,3% em 2015. Ao mesmo tempo, houve queda real de 9% dos investimen tos em saneamento no período. A queda nos investimentos se reflete diretamente nos esgotos a céu aberto, no elevado número de doenças provocadas pela falta de saneamento básico e no aumento do custo com tratamentos médicos e internações hospitalares.

Editorial 11.01