O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse hoje (15) que as discussões feitas até agora pela equipe econômica do governo indicam que a nova meta de déficit fiscal deve ser de até R$ 159 bilhões. Atualmente, a meta de déficit está fixada em R$ 139 bilhões para este ano e em R$ 129 bilhões para 2018.
Assim como o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, Padilha negou que o novo valor será de R$ 170 bilhões. Ele disse que ainda não houve definição da meta. De acordo com Padilha, traballha-se com a meta de hoje, R$ 139 bilhões, e o número máximo com que se especulou foi R$ 159 bilhões. “Mas a equipe econômica está trabalhando”, ressaltou, após participar da cerimônia de posse dos integrantes do Conselho Nacional de Juventude.
Padilha informou que o governo deve fazer novas concessões para aumentar a receita. Questionado se poderá haver aumento de impostos também com o objetivo de aumentar a arrecadação, o ministro disse que isso já foi feito e que agora o governo trabalha para reduzir despesas e aumentar receitas. “Aumento de impostos já fizemos. Aumento de imposto que o presidente Temer não gostaria de ter feito, já fez. Agora estamos trabalhando com redução de despesas e aumento de receita.”
Sobre a possibilidade de adiar de 2018 para 2019 o reajuste dos servidores públicos, Padilha disse que “ainda são estudos que estão sendo feitos pela área econômica”.
Pressão parlamentar
Articulador político do governo, o ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, tem participado das reuniões sobre a revisão da meta fiscal e negou que tenha havido pressão de parlamentares sobre o governo para que o déficit seja ampliado de R$ 139 bilhões para R$ 170 bilhões. “Isso não é verdade. Participei de várias, se não de todas as reuniões, e o que os parlamentares colocam de forma clara é que a hipóteses de elevação e de novos tributos deve ser afastada, que é o mesmo esforço da equipe econômica.”
Segundo Imbassahy, nas reuniões dos últimos dias, parlamentares e a equipe econômica também discutiram uma nova proposta de Refis (Programa de Recuperação Fiscal). “Está se avançando. É uma coisa complicada porque você tem que, ao tempo, buscar o equilíbrio fiscal e a justiça de quem está pagando”, explicou.
Questionado se indicados de deputados do PMDB que votaram a favor da denúncia contra Temer perderão cargos no governo, o ministro respondeu que “cada um tomou sua decisão e que cabem as consequências, que virão com muito naturalidade”.
Nos últimos dias, o presidente Michel Temer fez várias reuniões com ministros das equipes econômica, política e com parlamentares para discutir o aumento da meta de déficit primário para este ano e para 2018. O déficit primário é o resultado negativo nas contas do governo, desconsiderando os juros da dívida pública.
Com informações Agencia Brasil