O Bolsa Família continua sob o pente dos órgãos de fiscalização e, nesta quinta-feira (21), o Tribunal de Contas da União (TCU) apresentou um relatório que aponta irregularidades no cadastro único (CadÚnico) de 22% das famílias que recebem o benefício.
Segundo o presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, as irregularidades foram encontradas no período de janeiro a setembro deste ano após visitas a 22 mil famílias contempladas pelo programa de distribuição de renda do Governo Federal.
A estimativa do TCU é de que, com as falhas, os prejuízos para os cofres da União chegam a R$ 3 bilhões e 100 milhões, uma vez que os benefícios foram pagos irregularmente. Centenas de casos de fraudes foram detectados, também, entre beneficiários do Bolsa Família no Ceará.
FRAUDES PODERIAM GERAR ROMBO DE R$ 14 BI
O balanço realizado pela Corte de Contas apontou, ainda, que caso não fossem sanadas as irregularidades até o final do ano, os pagamentos indevidos chegariam a R$ 14 bilhões de reais.
O relatório aponta que, entre os beneficiários, estavam caminhoneiros e taxistas, que não tinham renda considerada baixa para serem atendidos pelo programa. De acordo com Dantas, o Ministério do Desenvolvimento Social tem atendido 100% das recomendações feitas pelo órgão.
As visitas foram acompanhadas por técnicos dos tribunais de contas nos estados. Segundo o relatório do TCU, em muitos casos, foram identificadas distorções como, por exemplo, famílias beneficiárias que não se enquadram nos critérios do programa, nem no aspecto de renda e composição familiar.