Rodson Rui de Oliveira Tavares foi condenado a 24 anos, dez meses e 20 dias de prisão por estrangular e matar a própria filha, de nove anos, em Fortaleza. A condenação, por meio de júri popular, saiu nesta quinta-feira (24). Ele foi sentenciado em regime fechado, e já saiu preso da sessão.

A sentença veio mais de 17 anos após o crime. O caso aconteceu em junho de 2006 no Bairro Henrique Jorge, em Fortaleza. Rodson foi condenado por homicídio qualificado. Segundo a acusação, o réu, à época com 34 anos, teria sufocado a filha mais velha, Thamires Myrza Torres, até a morte.

Em depoimento à polícia, ele disse que a criança teria morrido sufocada após ficar enrolada em uma rede na qual brincava. O laudo pericial, no entanto, apontou que a rede estava entre 20 e 45 centímetros do chão, e a menina possuía 1,3 metro de altura, portanto, pela altura, não teria como ela ter sufocado.

O Ministério Público do Ceará (MP-CE), por meio da 1ª Promotoria Auxiliar do Júnior, ofereceu a acusação contra Rodson em 2010. A denúncia foi aceita em 2019, e o processo vai a julgamento neste mês de julho de 2023.

Pai disse que filha morreu sufocada ao brincar em rede

Durante as investigações, no entanto, Rodson disse que viu a filha pendurada “asfixiada” na rede, mas achou que fosse brincadeira e que a menina estivesse fingindo.

Então, conforme o réu, ele desceu para cozinha e só voltou para onde ela estava após 15 minutos, quando então teria notado que não se tratava de uma brincadeira.

Na sequência, ele deu um banho na menina, que a esta altura já estava morta, e tentou reanimá-la. Só então chamou a ambulância para prestar atendimento. Antes do socorro chegar, ele desarmou a rede na qual Thamires teria morrido.

A acusação afirma que tanto o banho quanto o período até chamar a ambulância foram utilizados pelo réu para tentar limpar os traços do estrangulamento.

Em depoimentos, testemunhas e familiares de Rodson afirmaram que o acusado sofria de depressão e já havia tentado tirar a própria vida. Também há relatos de que a criança morta já havia reclamado que o pai era violento às vezes.

Em 2010, o acusado chegou a ser preso após agredir a esposa, mãe de Thamires, com quem permaneceu casado após o crime.

No mesmo ano, Rodson entrou com uma ação judicial para anular o registro de paternidade da segunda filha, irmã mais nova de Thamires – ou seja, para tirar seu nome da certidão de nascimento da menina.