Após a manutenção da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), Carlos Eduardo Thompson Flores, petistas afirmaram que ‘magistrados estão tomando medidas ilegais para impedir que o ex-presidente’ seja candidato. O PT convocou reunião extraordinária para discutir a situação do petista.
As declarações foram feitas por partidários de Lula antes do início da reunião, que ocorre nesta segunda-feira, 9. Lula está preso em Curitiba condenado a 12 anos e 1 mês de prisão. Como a sentença foi confirmada em 2ª instância, o ex-presidente pode ser considerado inelegível com base na Lei da Ficha Limpa.
“O Judiciário funciona dessa forma, dando medidas ilegais para impedir que o Lula seja candidato”, declarou o senador petista Lindbergh Farias (RJ), antes da reunião quinzenal do conselho político do partido, que reúne vice-presidentes, ex-presidentes da sigla, líderes, ex-ministros e representantes da CUT e do MST.
No domingo, o desembargador do TRF-4 Rogério Favreto, que estava de plantão no final de semana, aceitou um pedido de liberdade do presidente. A decisão foi cassada pelo relator do caso tríplex no Tribunal, João Pedro Gebran Neto. Favreto, que foi filiado ao PT por quase 20 anos, insistiu, mas Thompson Flores manteve o ex-presidente preso. Enquanto a decisão de Favreto não era revogada, Sérgio Moro, que está de ferias, não expediu alvará de soltura e pediu que Gebran se manifestasse.
“O Moro não é dono do processo, o processo é do Judiciário”, argumentou Jaques Wagner, ex-ministro de Lula e ex-governador da Bahia.
“Moro, Gebran e Thompson agiram na ilegalidade e escancararam para a sociedade a perseguição ao presidente Lula”, declarou Luiz Marinho, pré-candidato petista ao governo de São Paulo.
Também participam da reunião o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad — possível substituto de Lula nas eleições — a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, os ex-ministros Eleonora Menicucci, Celso Amorim e Míriam Belchior, o deputado José Guimarães, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto e o vereador Eduardo Suplicy.
Segundo Luiz Marinho, o partido vai estudar as medidas jurídicas cabíveis.
Com informação do Estadão