O número de empresas registradas por mulheres na Junta Comercial do Estado do Ceará (Jucec), seja na condição de microempreendedor ou como sócia de um negócio, apresentou aumento este ano, com 8.270 aberturas entre janeiro e fevereiro de 2023, em comparação aos 8.113 negócios abertos no mesmo período do ano passado, representando crescimento de 1,93%. As empresas constituídas por mulheres representam 43% do total de aberturas registradas este ano. A presidente da Jucec, Carolina Monteiro, comenta o aumento da participação de mulheres em empresas.

“Temos mais de 186 mil mulheres titulares de empresas que conseguiram entrar na formalidade e desenvolver seu negócio através do Microempreendedor Individual (MEI), uma ferramenta criada em 2011 que facilita o caminho para a formalização”, explica a presidente.

Sobre a independência financeira feminina, Carolina completa: “Quando a gente olha o número de 1,93%, a gente comemora, mas não chegamos lá ainda. Esse número é um chamado para todas as mulheres: nós podemos ir juntas nesse caminho do empreendedorismo e na conquista da nossa independência”.

Em relação à segmentação, o setor de serviços apontou aumento de 5,71% este ano, com 4.493 novos negócios registrados por mulheres, contra 4.250 abertura no mesmo período de 2022. As atividades relacionadas ao comércio contabilizaram 2.915 empreendimentos, este ano, e a indústria somou 892 registros.

Empreendedorismo feminino

A empreendedora e educadora física Natália Coelho, de 40 anos, conta para a Jucec sua trajetória no empreendedorismo. Registrada como MEI, Natália atuava como consultora esportiva e personal trainer. Percebendo a necessidade de profissionalizar seus serviços, uniu-se com a colega psicóloga, Priscila Cunha, para construir um espaço que reunisse cuidados para a saúde física e mental.

“A independência financeira e a formalização estão muito atreladas. Sair da informalidade é o primeiro passo para se ter a independência financeira, e isso não é só ganhar o suficiente para conseguir se manter, e sim para ter qualidade de vida” explica Natália sobre a conquista de sua independência financeira como mulher.

Natália explica como surgiu a ideia de iniciar o negócio. “A decisão de empreender se deu no meio da pandemia, coincidentemente nós começamos a fazer trabalhos sociais durante todo o período de quarentena. A partir desse momento, eu percebi que eu deveria expandir meus serviços para um grupo maior”.

MEIs

O Microempreendedor Individual (MEI) é o tipo com maior número de registros. Atualmente, estão ativas na Jucec 334.630 empresas registradas por mulheres, sendo empreendedoras ou sócias. Desse quantitativo, 191.965 são MEIs, 86.422 são Empresários Individuais e 56.230 são Sociedades Limitadas.

Desde o ano de criação do Microempreendedor Individual, em 2011, 186.536 mulheres saíram da informalidade registrando seus negócios.