Dirigentes de DEM, PP, PRB e Solidariedade estão “inconformados” com a posição do PR de apoiar o pré-candidato do PSL ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro. Os quatro partidos, aglutinados no entorno do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), formam o chamado “blocão” e ainda não definiram quem irão apoiar na corrida pelo Palácio do Planalto no primeiro turno das eleições deste ano. A ideia dos caciques é tentar convencer o PR a não formalizar apoio a Bolsonaro.
O presidente do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva, disse que vai propor ao grupo que convide o PR para a próxima reunião do bloco, marcada para quarta-feira. A divisão no blocão pode beneficiar o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, que conquista novos apoios dentro do DEM.
A avaliação é de que o PR viabilizará de fato a candidatura de Bolsonaro, caso formalize a aliança, pois garantirá ao candidato do PSL tempo de rádio e televisão na propaganda eleitoral, algo que ele praticamente não tem hoje. A situação do PR foi avaliada por dirigentes do Centrão logo após o encontro da última quarta-feira com o pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin.
“Defendo que o PR participe do nosso encontro, porque o partido sempre esteve, de alguma maneira, junto com o grupo em ações na Câmara”, disse Paulinho ao Jornal O Globo.
Além de tempo de TV, a experiência na Câmara de Valdemar Costa Neto, principal liderança do PR, mesmo não estando mais formalmente filiado ao partido, ajudaria Bolsonaro a ter mais apoio parlamentar. Sem apresentar a lista, Bolsonaro diz já ter o apoio de mais de 100 parlamentares.
O próprio Valdemar já participou de encontro dos partidos do Centrão, quando avisou que nunca apoiaria Ciro Gomes (PDT) e que não acredita na viabilidade eleitoral de Alckmin. O PTB de Roberto Jefferson também não participa do grupo, mas já fechou com Alckmin.
Nas conversas, os dirigentes dos partidos lembram as parcerias na Câmara e no Senado e avisam ao PR que, se fechar com Bolsonaro e ele perder, a sigla não poderá voltar a fazer parte do Centrão como se nada tivesse acontecido.
Por enquanto, Valdemar vê na aliança com Bolsonaro a vantagem de eleger uma grande bancada na Câmara e no Senado, seu principal objetivo. Em diversas ocasiões, Valdemar tem dito que o tucano não vai decolar e que já foi vítima de ataques verbais de Ciro, os quais não esquece.
Com informações do Jornal O Globo