Nos últimos dez anos, o Brasil tem observado um movimento de mudanças estruturais nos nomes de alguns partidos políticos. Eles não apenas mudaram suas nomenclaturas. Trocaram as siglas por palavras e se desvincularam da letra “P”, que abreviava a palavra partido.

Desde 2007, dois deles oficializaram a mudança no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mais dois estão com o processo em tramitação e outros dois já anunciaram a intenção de mudar, apesar de ainda não ter formalizado o desejo. Há ainda outros três recém-criados que foram batizados já seguindo essa onda.

O PTdoB, por exemplo, quer tornar-se o Avante; o PSDC, Democracia Cristã; o PMDB quer voltar a chamar-se MDB; Já o PEN quer ser Patriota. Antes, o PFL tornou-se Democratas e o PTN, o Podemos. Já o Novo foi criado com esse nome, como também o Rede Sustentabilidade e o Solidariedade.

Apesar de todos os partidos negarem, para especialistas, essa mudança está, sim, relacionada a um desejo de esconder ou se desvincular do passado. Além de excluírem o ‘P’, eles adotaram nomes que passam uma ideia de movimento, que é um tipo de representação política que não tem acesso à eleição, conforme afirma o professor Glauco Peres da Silva, do departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP). Como exemplo desses movimentos sem acesso às eleições, ele cita o Movimento Brasil Livre (MBL), que ganhou força nas manifestações pró-impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, iniciadas em 2015.

Se essa estratégia vai funcionar? As urnas em 2018 é que vão dizer. Mas os especialistas entendem que se mudar apenas os nomes, mas a prática continuar a mesma, o descrédito com a política e os políticos tende a piorar cada vez mais.

Com Informações do Correio Braziliense