O clima bucólico do Passeio Público, praça histórica do centro de Fortaleza, foi tomado pelo colorido e pela alegria das crianças nesta terça-feira (28). O Bailinho de Carnaval atraiu diversas famílias que dançaram, cantaram e pularam ao som da banda Só Alegria. A festa é parte da programação oficial do Ciclo Carnavalesco 2017.

Enzo, de 1 ano e 5 meses, exibia sua fantasia de pirata sob o olhar do pai, o empresário Washington Barreto. “Onde tem zoada, brincadeira, o Enzo quer estar. Ele adora estar no meio de outras crianças.” Este já é o segundo carnaval do pequeno em Fortaleza. Para o pai, a cidade apresenta várias opções para o público infantil no feriado. “As famílias estão mais preocupadas com o lazer e o bem-estar das crianças, não mais só com bebida.”

Tal mãe, tal filha: a médica Marcela Monteiro e a filha Maria Paula, de 1 ano e 11 meses, foram ao bailinho fantasiadas de joaninha. “Foi o pai dela que comprou essa fantasia e eu tentei fazer uma parecida. Ela ficou pedindo para sair e usar a fantasia, mas ontem ela já vestiu em casa.”

João Hugo, de 10 anos, apostou no faça-você-mesmo. Com a ajuda da mãe, a doceira Maura Carneiro Bezerra, e de ideias tiradas da internet, ele fez sua fantasia de Coringa, do filme Esquadrão Suicida. “Tudo é do guarda-roupa da minha mãe, a maquiagem foi ela quem fez. Nada foi comprado na rua, além da tinta de cabelo”, disse o menino. “Minha maquiagem foi toda embora nesse carnaval”, conta Maura.

Quem também usou a criatividade para construir a própria fantasia junto com o apelo da sustentabilidade, foi o artista plástico Carlos Careca. Ele reuniu diversos tipos de materiais recicláveis nas festas de carnaval dos dias anteriores para confeccionar a indumentária. A de hoje era de guerreiro e continha caixas de leite, tampinhas de refrigerante, latinhas de cerveja e marmitas de alumínio.

“O meio ambiente clama por ideias assim. Eu mostro para as crianças, elas querem tirar foto, mas eu só permito quando elas identificam todos os materiais da fantasia. O bom é que elas associam a tampinha de refrigerante, o fundo da lata de cerveja que o papai bebe, a quentinha que o trabalhador come. Tudo aqui foi consumido, nada foi comprado.”