O PDT e a Fundação Leonel Brizola, órgão de estudos da legenda, abre, nesta quinta-feira (22), às 19 horas, no Oasis Atlântico Fortaleza Hotel, a série de encontros nacionais para discutir os caminhos que o partido quer construir para as eleições de 2024. O calendário de reuniões será aberto de forma solene e os debates serão realizados ao longo desta sexta-feira (22), entre 9h e 13h30.

Os dirigentes nacionais do PDT tentam, a partir dos encontros nacionais, motivar os militantes a se engajarem à mobilização com vistas às eleições municipais de 2024. O PDT busca, também, recuperar terreno e, com apenas 18 deputados federais, quer eleger um bom número de prefeitos e vereadores em todo o Brasil. No Ceará, os desafios são ainda maiores.

QUADRO ESTADUAL

Um dos desafios do PDT é a reunificação da sigla no Ceará, onde o partido enfrenta um racha, que opõe o grupo liderado pelo ex-presidenciável Ciro Gomes e um bloco de parlamentares, prefeitos e ex-prefeitos aliados ao Ministro da Educação, Camilo Santana e ao Governador Elmano Freitas.

A dissidência foi aberta na pré-campanha de 2022 e fez o PDT perder uma parte dos 66 prefeitos eleitos pela sigla em 2020. A imposição da candidatura do ex-prefeito Roberto Cláudio ao Governo abriu uma crise que deixa resquícios nos dias atuais e pesadas conseqüências para o futuro do partido na Grande Fortaleza e no Interior.

Os conflitos internos deixaram danos políticos e eleitorais e, diferente de 2020 quando a sigla elegeu um terço dos 184 prefeitos cearenses, o quadro de 2024 é bem diferente. Muitos entre os prefeitos eleitos pelo PDT em 2020 trilharam por outros caminhos partidários.

ORIGEM E CONSEQUÊNCIAS DO RACHA

O prefeito de Fortaleza, José Sarto, o ex-prefeito Roberto Cláudio, os deputados estaduais Antonio Henrique, Cláudio Pinho e Queiroz Filho e os deputados federais Mauro Filho, Leônidas Cristino e André Figueiredo, seguem a orientação de Ciro e são opositores à administração Elmano Freitas (PT).

O grupo dissidente, integrado por, pelo menos, 9 deputados estaduais, não tem um líder que os conduza, mas se formou a partir da imposição da candidatura do ex-prefeito Roberto Cláudio ao Palácio da Abolição na eleição de 2022. Naquele momento, Camilo defendia a candidatura à reeleição da Governadora Izolda Cela. Ciro discordou e impôs o nome de Roberto Cláudo.

O pedetista com maior força política, entre os dissidentes, é o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão. A divisão se aprofundou ainda mais porque a maioria dos deputados estaduais eleitos decidiu apoiar o Governo Elmano.

ENCONTRO SIMBÓLICO

O PDT, ao abrir a série de encontros nacionais em Fortaleza, marca, de forma simbólica, a largada para as eleições de 2024. A Prefeitura da Capital é o principal patrimônio político que o PDT tem no Ceará e, na mobilização dos pedetistas liderados pelo ex-presidenciável Ciro Gomes, o desafio é manter, em 2024, essa conquista. Seja com a reeleição do prefeito Sarto ou mesmo com o ex-prefeito Roberto Cláudio.

NOTA DA ASSESSORIA DE RC
Uma nota enviada a este site pela assessoria do ex-prefeito Roberto Cláudio contesta a expressão ‘candidatura imposta’. Segundo a nota, ‘’a candidatura do RC não foi uma imposição. Processo democrático de discussão interna, com eleição no diretório, dinâmica nunca antes vista em uma agremiação partidária do Ceará’’.

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