Os dissidentes do PDT se reuniram, nessa segunda-feira, no Bairro Aldeota, em Fortaleza, para sinalizar apoio ao nome do senador Cid Gomes ao comando estadual da sigla. O clima é de divisão, de completa ebulição.
A crise interna exigiu a presença do Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, que tenta estancar o conflito. O ministro conversa com Cid, André, Ciro e lideranças do partido no Ceará. Lupi está afastado da Presidência Nacional do PDT após assumir o Ministério no Governo Lula.
Cid tentou, na semana passada, convencer o atual presidente André Figueiredo a abrir mão do cargo em nome da reunificação da legenda. André disse não e afirmou que irá cumprir o mandato até o final de dezembro deste ano. A postura de André ganhou o apoio do ex-presidenciável Ciro Gomes.
Confira na íntegra a participação do correspondente do Jornal Alerta Geral, Carlos Alberto
CID, CAMILO E ELMANO
O senador Cid Gomes, que é aliado do Ministro da Educação, Camilo Santana, e do Governador Elmano Freitas, entrou no embate contra o grupo liderado pelo irmão Ciro, que tem, entre os seus integrantes, o ex-prefeito Roberto Cláudio e o atual prefeito José Sarto, os deputados federais André Figueiredo e Mauro Filho e os deputados estaduais Antonio Henrique, Cláudio Pinho e Queiroz Filho.
Cid se coloca como o pacificador do PDT. O racha, que nasceu nas eleições de 2022, se aprofundou e ampliou ainda mais a divisão no clã Ferreira Gomes: a deputada estadual Lia e o prefeito de Sobral, Ivo, atenderam ao chamado do irmão Cid e chegaram cedo à reunião dos dissidentes.
DESTITUIÇÃO, PRESSÃO E BUSCA DE CONSENSO
O movimento tem por objetivo pressionar o presidente André Figueiredo a renunciar ou convocar uma reunião da Executiva Regional para avaliar mudança na direção partidária. Um grupo, com 9 membros representando diversos setores do PDT, foi criado para discutir com Carlos Lupi a busca de um consenso.
- Ednardo Rodrigues Filho – prefeito de Forquilha
- Cirilo Pimenta – prefeito de Quixeramobim
- Mauricio Pinheiro (Maurição) – prefeito de Senador Pompeu Bruno Oliveira (Bob) – Juventude socialista
- Júlio Brizzi – vereador de Fortaleza
- Eduardo Birmarck – deputado federal
- Ana Paula – deputada federal
- Marcos Sobreira – deputado estadual
- Guilherme Landim – deputado estadual
Os aliados de Cid contam com apoio da maioria dos 84 membros do Diretório Estadual para destituir André Figueiredo. A destituição criaria um distanciamento ainda maior, com constrangimento no núcleo dos irmãos Ferreira Gomes. Lupi tenta evitar que a crise se agrave.
Com a mobilização envolvendo deputados estaduais e lideranças municipais, os detentores de mandatos e militantes com direito a voto passam a ter força eleitoral para eleger os novos dirigentes do Diretório e da Executiva Regional. A convenção, porém, depende do atual presidente André Figueiredo, que tem mandato até o final deste ano.
LAÇOS DE CID, CAMILO E ELMANO
Os laços políticos com o Ministro Camilo e o Governador Elmano fortalecem a estratégia de Cid para se tornar condutor do PDT ou mesmo endossar um nome que conduza o partido em direção ao Palácio da Abolição, o que contraria à linha oposicionista de Ciro, Roberto Cláudio, Sarto e André Figueiredo. O apoio dos pedetistas dissidentes ao Governo Estadual fortalece o movimento pró-Cid.
O final de semana que antecedeu à reunião dos dissidentes foi marcado pelas articulações entre deputados estaduais e prefeitos que se preparam para uma presença massiva no encontro liderado pelo senador pedetista. O presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, liderou o bloco de parlamentares presentes à reunião articulada por Cid Gomes.