As críticas do senador Cid Gomes ao irmão Ciro, ao ex-prefeito Roberto Cláudio e ao prefeito José Sarto jogaram mais combustível na alta temperatura que enfrenta o PDT desde a derrota nas eleições de 2022 na disputa pelo Governo do Estado. Cid ainda não digeriu a derrota eleitoral na corrida ao Palácio da Abolição. A candidatura de Roberto Cláudio implodiu a aliança com o PT.
De forma mais incisiva, o senador Cid Gomes, em entrevista ao Podcast Cunhãs, não escondeu mágoas, ressentimento, nem descontentamento e abriu baterias contra o irmão Ciro, a quem acusa de fazer política com o fígado, chamou Roberto Cláudio de ambicioso e, contra o prefeito José Sarto, detonou críticas por erros nas ações de priorizar, por exemplo, bairros mais ricos, como Aldeota, em detrimento da periferia.
REUNIÃO CANCELADA
A crise agravada com os adjetivos de Cid Gomes provocou o cancelamento de uma reunião dos dirigentes estaduais que estava programada para esta quinta-feira (2) para discutir a reunificação do partido e, também, a atuação da bancada na Assembleia Legislativa.
Coube ao presidente da Assembleia, Evandro Leitão, esvaziar e, ao mesmo tempo, anunciar que a reunião estava cancelada. Evandro, que enfrenta conflitos com Roberto Cláudio e Cid Gomes, exerce forte liderança sobre os 10 deputados estaduais pedetistas aliados ao Palácio da Abolição.
SILÊNCIO COMO RESPOSTA
Ciro e Roberto Cáudio silenciaram enquanto o prefeito Sarto não nominou Cid, preferiu ignorá-lo e, com palavras contidas, recorreu a números para prestar contas dos dois anos de mandato. O racha no PDT é cada vez mais evidente e pode comprometer o desempenho da sigla nas eleições de 2024, colocando em risco, inclusive, a manutenção da Prefeitura de Fortaleza.
CRISE, DIVISÃO E CONFLITOS PARA 2024
Sem a caneta no âmbito federal e estadual, o PDT enfrenta a mais profunda crise na história do partido no Ceará sob a liderança dos irmãos Cid e Ciro Gomes. O PDT perdeu o Governo do Estado em 2022 quando tinha todas as condições políticas e eleitorais para eleger Izolda Cela. A sigla é presidida pelo deputado federal André Figueiredo que responde, também, pela Presidência da Executiva Nacional do PDT.
A escolha de Roberto Cláudio como candidato a governador abriu uma crise no PDT que tem desdobramentos nos dias atuais e pode representar um grande revés para o partido nas eleições municipais. O ambiente azedou e o clima expõe ressentimentos, mágoas, divisão e conflitos entre lideranças estaduais.