Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aponta que, entre as 5.568 cidades brasileiras, 3.275 não tem condições para retomada das aulas presenciais na rede pública ou privada ainda em 2020. Pela pesquisa da CNM, 8 em cada 10 município descartam aulas com a presença dos estudantes em sala nos últimos dois meses e meio deste ano.
A realidade no Ceará mostra um percentual acima da média nacional, segundo cálculos do presidente da Associação dos Prefeitos (Aprece), Nilson Diniz. Segundo Nilson, dos 184 municípios cearenses, 90% não encontram condições adequadas para reiniciar as atividades em sala de aula.
A pesquisa ouviu representantes de 3.988 municípios, ou seja, 71,6% do total de cidades brasileiras, onde estão, pelos números do IBGE, 31,4 milhões de estudantes da educação básica. Os levantamentos mostram que, desse contingente, 14,6 milhões de alunos são atendidos pela rede municipal. A pesquisa abordou gestores sobre a reabertura de escolas de qualquer tipo, públicas ou privadas.
CENÁRIO COMPLEXO
Os dados da pesquisa e as opiniões colhidas pela CNM apontam, ainda, que, diante da incerteza quanto às condições de saúde de estudantes, professores e funcionários das escolas públicas, há necessidade de altos investimentos em equipamentos de proteção.
Somente aquisição desses equipamentos para os estudantes, segundo a CNM,
“estima-se que o custo total – incluindo rede municipal e estadual de ensino de todo país – seria de cerca de R$ 3,2 bilhões, sendo R$ 1,8 bilhão desse valor referente apenas às instituições municipais’’.
Os gastos, conforme os técnicos da Confederação Nacional dos Municípios, não se limitariam aos EPIs para os alunos, mas se estenderiam, também, a obras de adaptação da estrutura física (salas de aula, cantinas, bebedouros), aquisição de materiais de limpeza e higiene (álcool, medidor de temperatura), campanhas de prevenção e a capacitação e contratação de profissionais para substituir os que estão no grupo de risco.
O presidente da CNM, Glademir Aroldi, destaca o complexo cenário para tomada de decisão.
“Não se pode esquecer que há, até este momento, mais incertezas do que respostas ou soluções e a realidade tem exigido planejamento sério e articulado e uma forte capacidade de adaptação dos gestores, que estão pautando suas decisões de forma responsável para garantir a continuidade do processo educacional com segurança e qualidade”, expôs o presidente da CNM, Glademir Aroldi, ao definir como complexo o cenário para decisões sobre a retomada das aulas presenciais.
(*)com informações da CNM