Um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), que consultou gestores de 1.960 municípios, aponta que 1.248 (63,9%) pretendem manter a obrigatoriedade do uso de máscara mesmo que a população esteja totalmente vacinada, contra 48 (2,4%) que pretendem acabar com a exigência. Outras 645 (32,9%) prefeituras informaram que a questão ainda não foi decidida e 19 gestores municipais não responderam.
A pesquisa foi realizada entre os dias 4 e 7 de outubro, e tratou sobre as medidas de enfrentamento à pandemia de covid-19 adotada pelos municípios. A amostra pesquisada (1.960) representa mais de um terço (35,2%) do total de prefeituras do país (5.568).
Segundo a CNM, em 1.935 cidades (98,7%) há campanhas informativas sobre a importância do uso de máscaras. Em 1.902 (97%) é obrigatório o uso em locais públicos e em 1.922 (98,1%) não é permitido entrar em locais privados sem o equipamento de proteção individual.
O tema da obrigatoriedade do uso de máscara ganhou força recentemente após declarações do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de que pretende, ainda que de forma gradual, desobrigar o uso de máscara pela população. Em viagem ao Piauí, nesta sexta-feira (8), Queiroga voltou a falar sobre o tema e criticou medidas obrigatórias de proteção individual.
A pesquisa da CNM mostra que 794 municípios (40,5%) mantêm restrições de circulação e funcionamento do comércio. Em mais da metade dos municípios consultados (1.121 ou 57,2%) esse tipo de medida já foi revogada.
Sobre o gerenciamento das ações de enfrentamento adotadas, em 1.529 localidades (78%) foi instituído algum comitê de crise ou centro de operações emergenciais. Mais de 800 prefeitos (55%) optaram por instalar gabinetes de crise; 460 (30,1%) estabeleceram grupo de trabalho, 347 (22,7%) criaram Centro de Operações em Emergências em Saúde (COE); e 230 (15%) montaram salas de operações para monitorar o avanço do vírus.
De acordo com os números levantados pela Confederação Nacional dos Municípios, 310 gestores (15,8%) disseram haver casos da variante Delta em seu território, contra 1.576 (80,4%) que não identificaram a presença da cepa mais transmissível do Sars-CoV-2.