Uma pesquisa da Defensoria Pública do Ceará mostra a dura realidade de milhares de mulheres que sofrem com a violência doméstica. O levantamento mostrou que seis a cada dez mulheres entrevistadas relataram que os filhos presenciaram as agressões sofridas. Ao todo, 518 mulheres responderam ao levantamento feito pelo órgão em 2022.

Os números colocam o Ceará como segundo do país com a maior taxa de homicídios de meninas e mulheres. A pesquisa é feita com as mulheres que chegam à Defensoria em busca de apoio. Elas são convidadas, pelo departamento psicossocial, a responder perguntas para conhecer melhor o perfil da vítima. 

O Núcleo de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher (Nudem) registrou 8.296 procedimentos, em 2022, dentro de um contexto de agressões físicas, psicológicas, sexuais, patrimoniais e morais, além do assédio e da discriminação baseada no gênero. Os dados fazem parte do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Entre as mulheres entrevistadas, 71,04% revelaram também que têm filhos com o agressor.

A violência pode vitimar mulheres em qualquer fase da vida, segundo a Defensoria. De acordo com o levantamento:

  • 31,08% das vítimas da pesquisa tinham entre 26 a 35 anos;
  • 25,29% pertenciam à faixa etária entre 36 a 45 anos;
  • 20,27% estavam entre 18 a 25 anos;
  • 18,34% entre 46 a 59 anos; e 4,05% acima de 60 anos.
  • Trata-se de uma mulher preta ou parda (82%)
  • solteiras(54%)
  • Que viviam maritalmente com seus ex-companheiros
  • Que possui Ensino Médio completo (37,45%)
  • Está desempregada (19,4%)
  • Ou trabalha como autônoma informalmente (34%)
  • Tem a renda mensal de até um salário mínimo (67,76%)
  • Sendo 43,6% participantes de Programas de Transferência de Renda (bolsa família e BPC)
  • Reside na Regional V (11,97%)
  • Sofre com a violência há mais de seis anos (40%)
  • De um agressor que já é reincidente (67% dos casos ouvidos).