A demora do Governo Federal em agir para adquirir a vacina contra a Covid-19 contribuiu para nacionalizar o nome do Governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que surge como uma das opções ao Palácio do Planalto em 2022, e fez o presidente Jair Bolsonaro perder pontos na avaliação dos brasileiros sobre o papel cumprido pelo Chefe da Nação para diminuir os impactos da pandemia no País.
De acordo com o Instituto Datafolha, para 46% dos brasileiros, Doria fez muito mais contra a pandemia do que o presidente Bolsonaro. Entre os entrevistados, 28% consideram que Bolsonaro é o político mais empenhado nas ações de combate à Covid-19 do que o governador de São Paulo.
A pesquisa do Instituto Datafolha foi realizada nos dias 20 e 21 de janeiro, ouviu, por telefone, 2.030 pessoas, e apresenta uma margem de erro de dois pontos para mais ou menos. Segundo, ainda, o Datafolha, 13% dos entrevistados não souberam identificar quem mais trabalhou pela imunização, 11% responderam nenhum deles e, para 2% dos brasileiros, ambos atuaram para combater a crise sanitária.
BOLSONARO X DORIA
O presidente Bolsonaro perdeu a queda de braço na briga pela primazia da vacina quando, no último domingo, logo após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizar o uso emergencial da CoronaVac –produzido pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac, aplicar as primeiras doses do imunizante em profissionais de saúde da capital paulista.
Outro componente nesse histórico sobre a vacina é que o Governo de São Paulo partiu, em setembro, na frente do Governo Federal para negociar a produção da CoronaVac.
Enquanto os entendimentos para o Instituto Butantan produzir o imunizante avançavam, o Ministério da Saúde ignorava a necessidade de ampliar articulações internacionais para os brasileiros disporem de mais vacinas no enfrentamento da pandemia do coronavírus. Os erros políticos e de comunicação do Palácio do Planalto se refletem em degastas para o Governo e para o presidente Bolsonaro, como mostram os números do Instituto Datafolha.