Com tantas exigências no mercado de trabalho, é natural que os jovens se preocupem em desenvolver habilidades comportamentais e técnicas para atender os requisitos das empresas. Afinal, já se foi o tempo em que apenas a faculdade era o suficiente para conseguir uma boa oportunidade. Então, quem busca a tão sonhada vaga de estágio precisa se desdobrar para alcançar este objetivo.
Deste modo, se dedicar em atividades extracurriculares, seja em um curso livre, palestras, oficinas e até mesmo um trabalho voluntário, é uma boa opção para superar a concorrência. E o trabalho voluntário, por exemplo, é algo que merece um destaque no currículo, pois é sempre muito valorizado pelos recrutadores, já que possibilita o desenvolvimento de outras habilidades importantes para o ambiente corporativo. E de acordo com pesquisa especializada, essa tem sido uma alternativa entre os jovens universitários que estão buscando aumentar a competitividade na corrida em busca do estágio.
A pesquisa realizada pela Companhia de Estágios, consultoria especializada em programas de estágio e trainee, contou com a participação de 4.044 estudantes de diversas regiões do Brasil, e revelou que 8,3% dos universitários entrevistados participam de algum trabalho voluntário como forma de investir mais na própria carreira. Comparando com os anos anteriores, houve um aumento, já que em 2018, 8,0% alegaram fazer voluntariado com o mesmo objetivo, enquanto em 2017, 7,5% responderam a mesma coisa. Apesar de ser um crescimento tímido, o mercado costuma olhar com bons olhos para aqueles se envolvem com práticas sociais. Ou seja, participar de algum voluntariado, não faz bem apenas para que recebem o impacto da ação, mas também para quem pratica, já que a tarefa, mesmo não sendo remunerada, traz um senso de responsabilidade e de equipe, qualidades que são muito requisitadas hoje em dia pelos profissionais, independente da área de atuação.
Segundo o diretor da Companhia de Estágios, Tiago Mavichian, muitas empresas valorizam este tipo de atividade no currículo e que em alguns casos pode até ser um fator de desempate.
“Toda atividade fora da universidade agrega, no entanto, quem procurar por trabalho voluntário mostra que tem como principal objetivo o aprendizado, já que a prática não é remunerada. Além disso, é possível perceber algumas características importantes em quem participa de atividades sociais, como trabalho em equipe, iniciativa e até mesmo liderança. Se envolver com este tipo de tarefa contribui com o desenvolvimento de muitas competências, não apenas comportamentais, mas também técnicas e tudo isso é avaliado num processo seletivo” detalha.
Para Mavichian o desenvolvimento de habilidades não é a única vantagem, uma vez que, também é possível aumentar a rede de relacionamento. Ele diz que deixar uma marca positiva para o maior número de pessoas possível é uma boa estratégia de crescimento profissional.
“O trabalho voluntário permite aumentar o networking e isso é algo que todo profissional deve ter, no entanto, para um universitário é muito importante, pois, ele está no início da carreira e um bom contato pode abrir muitas portas” – diz.
Qualquer tipo de trabalho voluntário é bem-vindo, independente da área de estudo do estagiário. Pode ser algo que envolva uma organização de eventos, um trabalho para uma ONG ou até mesmo alguma atividade que a própria universidade possibilite dentro ou fora dela. Existem várias opções de voluntariado, então, cabe ao estudante ver o que combina com o próprio perfil. No entanto, uma das dúvidas acerca do assunto é sobre como colocar essa experiência no currículo de forma organizada. O diretor da Companhia de Estágios diz que alguns fatores precisam ser levados em consideração na hora de elaborar o documento.
“Se é uma primeira experiência, pode ser colocado logo após as informações sobre a faculdade que estuda, se não for, é aconselhável por um tópico de informações adicionais ou atividades extracurriculares e acrescentar essa experiência do voluntariado. Alguns sites de emprego já possuem um espaço dedicado a isso, então fica mais fácil ainda de organizar”, comenta.
Embora o trabalho voluntário seja importante na hora da avaliação do currículo, é importante ficar de olho no que o mercado tem exigido dos profissionais.
“Na verdade, uma coisa não substitui a outra. Porém, em tempos de crise é necessário buscar alternativas de aprendizado e o trabalho voluntário pode ser o caminho. No entanto, o candidato que consegue participar de outras atividades além dessa, como oficinas ou cursos livres, acaba tendo um destaque maior. Pois, durante a entrevista queremos avaliar o que ele conseguiu extrair de cada experiência que ele teve, sejam elas profissionais ou não” conta Mavichian.