A terceira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva volta a colocar a Petrobras nos holofotes internacionais, não por supostas denúncias de corrupção, mas sim pela decisão da estatal reter dividendos que deveriam ser distribuídos entre os acionistas. A Petrobras reteve 100% dos 43,9 bilhões que poderiam ser destinados para distribuição de dividendos.

Quando adquirem ações, os compradores o fazem na expectativa de receber retorno pelos investimentos, mas, quando há ingerência política ou mudança de regras no sistema de remuneração, o impacto para empresa – neste caso, a Petrobras, é negativo.

Como consequência, a empresa perdeu, em apenas um dia, R$ 55 bilhões em valor de mercado. O baque foi ainda maior com a queda nos preços das ações – 10%. As diretrizes do Governo Lula priorizam os investimentos na empresa ao invés de maior divisão dos lucros entre os detentores de ações.

Certo de que a estatal não pode colocar em primeiro plano a distribuição de lucros para os seus acionistas, o presidente
Lula se queixou da reação negativa do mercado e também se disse comprometido com a redução do preço dos combustíveis.

‘’O que eu acho é que a Petrobras, que é uma empresa que o governo tem ascendência sobre ela, é importante ter em conta que a Petrobras não é uma empresa somente de pensar nos acionistas que investem nela, tem que pensar no investimento e pensar em 200 milhões de brasileiros que são donos ou sócios dessa empresa’’, disparou Lula, em entrevista ao SBT.

Segundo Lula, se o Governo e a Petrobras olharem apenas para o mercado, nada se fará no País. ‘’Se eu for atender apenas a choradeira do mercado, você não faz nada. Porque o mercado, vou contar uma coisa para vocês, o mercado é um rinoceronte, um dinossauro voraz. Ele quer tudo para ele, nada para o povo. Será que o mercado não tem pena das pessoas que passam fome?’’, questionou, em tom de afirmação, o presidente da República.