A Polícia Federal pediu nesta segunda-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prorrogação, pela quarta vez, do inquérito que investiga se um decreto editado pelo presidente Michel Temer tinha por objetivo beneficiar empresas que atuam no porto de Santos (SP).

Desta vez, a PF quer mais 15 dias para concluir a apuração, para atender pedido da defesa de Temer para novos depoimentos.

O pedido será analisado pelo relator do caso no Supremo, o ministro Luís Roberto Barroso.

O inquérito foi prorrogado pela primeira vez em fevereiro deste ano. Houve nova prorrogação em maio, e a terceira prorrogação foi em agosto.

A investigação foi aberta no ano passado a partir de depoimentos de executivos do grupo J&F que fecharam acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.

Desde o início das investigações, o presidente nega que o decreto tivesse essa finalidade. Empresas alvo do inquérito também negam o pagamento de propina.

Inquérito da Odebrecht

No outro inquérito que investiga o presidente Michel Temer, o ministro Luiz Edson Fachin autorizou a Comissão de Ética Pública da Presidência a receber cópias da investigação.

Trata-se de apuração que também envolve os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia) em razão das delações da Odebrecht.

O inquérito apura jantar no Palácio do Jaburu em maio de 2014, em que se teria acertado o repasse ilícito de R$ 10 milhões ao MDB. No procedimento também é investigado se houve pagamento de propina para benefício à empreiteira por meio da Secretaria de Aviação Civil.

A comissão pediu acesso ao inquérito por argumentar que, caso as suspeitas contra os ministros sejam confirmadas, isso pode significar violação ao código de conduta.

O ministro atendeu o pedido por considerar que o comitê esclareceu o motivo pelo qual precisa dos dados. Autorizou o compartilhamento do processo, exceto trechos que ainda estejam sob segredo de Justiça.

Com informação do G1